Angola: Seguros cresceram 24%. Mercado vale 435 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 11 Dezembro 2022

O mercado angolano valeu 435 milhões de euros em prémios no ano passado, mas os altos preços do petróleo melhoram expectativas futuras. Conheça os grandes números e os protagonistas.

Os preços do petróleo preveem um ano de ouro para a economia angolana semelhante ao período de 2011 a 2014. Por enquanto, a Arseg, entidade supervisora do setor dos seguros e fundos de pensões, divulgou o relatório de atividade de 2021, um ano ainda afetado pela recuperação pós-pandémica. São 22 as seguradoras a operar em Angola e o mercado valia no final do ano passado cerca de 435 milhões de euros em prémios.

Elmer Serrão, presidente da ARSEG, salienta a resiliência do setor em ambiente de elevada inflação.

Elmer Serrão, presidente da Arseg, afirmou que “apesar do contexto desafiante que a economia do país atravessa, o setor dos seguros “tem de forma resiliente procurado encontrar soluções na gestão das suas operações de negócios”, acrescentando que “Soluções que minimizem o impacto negativo do baixo crescimento económico, os altos níveis de inflação e das políticas restritivas foram colocadas em prática para controlar a inflação”.

Os principais números e protagonistas do mercado angolano em 2021 são:

  • A produção atingiu 277 797 588 572,49 Kwanzas (435,5 milhões de euros ao câmbio de 31-12-2021), mais 24,15% em termos nominais relativamente a 2020:
  • O conjunto das seguradoras apresentou resultado líquido positivo em 2021 de cerca 17 029 354,85 de Kwanzas (26,7 milhões de euros). Os investimentos das companhias renderam 4% em 2021, em Kwanzas;
  • O crescimento real da economia angolana em 2021 foi de 0,7% crescimento real, registou-se uma inflação 27% e a taxa básica de juros terminou o ano a 20%. A Densidade seguradora é de 8.654 Kw (13,5 euros) por habitante e a penetração de 0,8% PIB. O Kwanza desvalorizou 16,8% face ao euro entre 1-1 e 31-12 de 2021;
  • Os seguros de saúde, de acidentes e viagens continuam a ser o ramo com maior predominância na carteira de negócios das seguradoras. Os três ramos representaram, em conjunto, um peso de 50%, seguido do ramo petroquímica com 21%, automóvel com 9%, tendências que se mantêm neste ano de 2022.
  • O ramo que mais cresceu foi o ramo vida em cerca de 52%, embora com uma quota de produção de apenas 3%, seguido de Incêndios e Elementos da Natureza 42,99% e em terceiro lugar o ramo Petroquímica que em 2021 cresceu cerca de 42,79%.
  • A taxa de sinistralidade global de 2021, medida pela relação indemnizações/prémios tem observado reduções ao longo dos últimos anos, e, no ano de 2021, rondou os 37%, o que representa uma redução do nível de sinistralidade de 4% quando comparado com o ano anterior;
  • O ano de 2021 terminou com 22 Seguradoras autorizadas a explorar o “Ramo Vida” e o “Ramo Não Vida”, 99 Mediadores Pessoa Colectiva e 1 351 Mediadores Pessoa Individual.

A Ensa, única seguradora estatal e líder do mercado,tem um processo de privatização parcial em curso agora com entrada direta em bolsa, por falta a propostas aliciantes para modelo inicial com candidatos convidados à compra de 49%;

A Ensa lidera as 22 seguradoras que operaram no mercado segurador em 2021 atingindo uma produção de cerca de 153 milhões de euros, 35% do mercado. Numa concentração em que as 10 maiores detêm mais de 90% de quota de mercado, um grupo composto pela Nossa (grupo BAI), o grupo sul-africano Sanlam e a Fidelidade Angola está entre o 2º e 4ª posição com quotas de mercado de entre 13% e 11%. BIC seguros, Aliança, Protejja, Fortaleza (banco Millennium Angola), Global e Prudencial completam o top 10.

  • Em relação à mediação de seguros, o presidente da Arseg deu a conhecer que o setor conta com cerca de 1.450 mediadores, dos quais 1.351 pessoas singulares, sendo que 8% do total de prémios brutos emitidos no mercado, em 2021, foram devido à sua atividade de mediação;
  • As principais empresas de resseguro que asseguram a dispersão da cobertura de riscos das seguradoras Angolanas são: Africa Re; Swiss Re; Munich Re; Mapfre Re; Scor Global P&C; Trust Re; Chubb European Group Limited; Hannover Re ; Seguradoras Unidas (Tranquilidade/Generali) e Fidelidade Seguros; Santam Limited.
  • As principais empresas de corretagem de resseguro internacional que intermedeiam os contratos entre a seguradora e o ressegurador são: Guy Carpenter; Thompsom Heath & Bond; AON; Reinsurance Solutions; RFIB Insurance & RE e ACE Insurance Group;
  • O ramo não vida registou maior número de apólices, 7 775 apólices, em relação às 38 apólices emitidas para o ramo vida, deixando claro que, este último ramo, diferente das demais realidades, tem sido pouco explorado em Angola. A subscrição de apólices voltadas ao ramo de automóveis (2 368) destaca-se entre seus pares, muito impulsionada pelo SORCA – Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil e Automóvel.

A ARSEG refere ainda que continua a apoiar e a seguir de perto as atividades inerentes ao Governo de Angola no que diz respeito à Carta Amarela, seguro de responsabilidade civil automóvel transfronteiriço.

Reconhecendo que a taxa de penetração dos seguros está aquém do desejável, uma vez que continua abaixo de 1% do PIB, a Arseg optou por celebrar protocolos para melhor juntar sinergias e em conjunto com os pares de supervisão para reforço das ações de literacia e de educação financeira.

A ARSEG, afirma ainda que no seu papel de supervisão, impôs maior rigor aos operadores para que ajustassem os seus capitais aos níveis de responsabilidade assumidos e que continuassem a seguir estratégias de investimento adequadas, assentes na diversificação e dispersão de ativos para que se assegurem níveis de solvabilidade robustos que comportem buffers de capital adicional, bem acima dos mínimos exigidos para suportar eventuais sinistros que possam vir a ocorrer, conclui a autoridade angolana.

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