Mau tempo: Fidelidade começa a pagar indemnizações de 4 milhões antes do Natal
A seguradora recebeu 2.653 participações a maioria de multirriscos habitação e comércio e de danos próprios do seguro automóvel. E quer pagar meio milhão de euros aos sinistrados até dia 25.
O mau tempo sentido na Grande Lisboa, especialmente nas madrugadas dos passados dias 7 e 13, levou a que a Fidelidade recebesse, nessa semana, a participação de 2.653 sinistros dos quais 1.766 foram para acionar multiriscos habitação e comércio, 826 automóvel e 12 de acidentes de trabalho com feridos sem gravidade.
Bruno Militão Ferreira, diretor de Negócios Particulares da Fidelidade, destaca a digitalização como o grande destaque na resposta a este evento: “Na última 6ª feira, dia 16, tínhamos os processos todos abertos e registaram-se 80% dos sinistros por via digital o que permite uma poupança de muitos dias nos processos e a mais rápidas indemnizações”, refere o gestor que compara com a resposta possível agora com a dos danos provocados pelo furacão Leslie que, em 13 de outubro de 2018, provocou grande devastação na região da Figueira da Foz. “Nessa altura foi preciso abrir 9.500 processos de sinistros manualmente”, diz.
A Fidelidade prevê, ao dia de esta terça-feira, que as indemnizações a pagar aos seus clientes totalizem 4,08 milhões de euros. A destruição, com especial incidência na Baixa de Algés, ocorreu com inundações principalmente em comércios, mas também danos importantes nas coberturas e telhados devido à forte precipitação verificada nessas madrugadas e 8 e 13. Segundo a seguradora, a maioria dos detentores de apólices Multirrisco Habitação e Multirrisco Empresas estavam na sua maioria “muito bem protegidos, porque têm integrado na sua proteção base as coberturas de inundações e tempestades”.
No ramo automóvel verificaram-se muitos danos por água, 247 sinistros foram incluídos na cobertura “fenómenos de natureza” e conduziram a um número elevado de perdas totais. Muitos processos foram ativados para assistência, com veículos avariados rebocados e encaminhadas para oficinas.
A Fidelidade pretende pagar 500.000 euros das indemnizações já antes do Natal, significando igual valor dos processos concluídos. Segundo Bruno Ferreira 20% das peritagens estão concluídas, 50% dos sinistros estarão resolvidos até ao final do ano e, em janeiro, a seguradora quer ter todos os sinistros resolvidos e indemnizações – que ainda podem subir acima dos 4 milhões – todas pagas.
Emergências e infraseguros
No decorrer do mau tempo que afetou o país, a Fidelidade acionou logo no dia 8 de dezembro o seu plano de emergência de apoio à população, previsto para a ocorrência de catástrofes naturais e que tem como objetivo tornar mais rápido o processo de regularização dos sinistros. O plano envolveu 134 colaboradores, entre peritos, gestores de sinistros, membros das linhas de assistência e elementos da área comercial.
“As equipas de peritagem chegaram aos aos clientes, nomeadamente em Algés, antes destes pensarem em seguros”, diz Bruno Ferreira, “procurámos nossos clientes comerciais porque eles estariam indisponíveis para participar, mais preocupados em salvar o que houvesse a salvar”.
Quanto às expectativas dos segurados Bruno Ferreira diz: “detetámos muitas situações de Infraseguro”, ou seja bens segurados abaixo do seu valor real, “é muito importante que os clientes casas, comércios e automóveis tenham esses valores atualizados”. O gestor constata que “os seguros Multiriscos habitação e empresas estão muito bem protegidos porque a Fidelidade integra estes riscos nas coberturas base, mas devem contratar edifícios e recheio. Quem tem lojas arrendadas revelou maior cuidado na valorização e cobertura do recheio”.
Todos os contratos de seguro preveem a aplicação da regra proporcional que de forma simples se explica pela proporção das indemnizações relativamente ao capital seguro. Por exemplo, se um bem vale 100 mas está coberto por 50, um sinistro de 60 levará a seguradora a indemnizar por 30.
Assim, Bruno Militão Ferreira aconselha a adequar corretamente as coberturas e os capitais seguros face ao risco, uma responsabilidade do segurado que deve procurar orientação junto dos profissionais dos diversos canais de distribuição, como mediadores ou corretores.
“Olhem para os seguros, quais coberturas e capitais estão contratados e procurem informações junto de profissionais de seguros para estarem bem protegidos”, conclui Nuno Militão Ferreira.
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