Portugal paga quase o dobro para se financiar a seis meses
O Estado emitiu esta quarta-feira 1.250 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro que resultaram numa yield de 2,42% na emissão a seis meses e numa taxa de 2,73% na operação a 12 meses.
A Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta quarta-feira dois leilões de Bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses que resultaram num financiamento global de 1.250 milhões de euros para o Estado.
A emissão a seis meses resultou na colocação de 750 milhões de euros pelo preço de 2,417%, e a emissão a 12 meses contou com uma yield de 2,725% numa alocação de 500 milhões de euros.
Estes valores comparam com yields de 1,291% na emissão a seis meses e 1,916% na emissão a 12 meses obtidas em dois leilões com as mesmas características realizados a 21 de setembro do ano passado em que Portugal se financiou também em 1.250 milhões de euros.
Significa que, no espaço de quatro meses, o custo da República para se financiar nos mercados internacionais a 12 meses aumentou em 1,4 vezes e para se financiar a 6 meses o custo aumentou em 1,9 vezes, quase o dobro.
“A subida dos prémios de risco reflete as subidas que temos vindo a assistir nas taxas de juro de curto e longo prazo e que acabam por ter um impacto imediato na dívida que cada país tem de emiti”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
Em termos de juros pagos, as emissões realizadas esta quarta-feira traduzem-se numa fatura de 22,7 milhões de euros para os cofres do Estado, cerca de 23,4% acima dos juros pagos na última emissão de 1.250 milhões de euros com as mesmas características realizada a 21 de setembro de 2022.
De acordo com dados da Reuters, o leilão a 6 meses teve uma procura 2,1 vezes acima da oferta e o leilão a 12 meses contou com uma procura 3,8 vezes superior à oferta.
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