Governo avança com “aumento controlado” do preço nos medicamentos mais baratos
Governo avança com revisão dos preços dos medicamentos mais baratos. Fármacos com PVP até 10 euros terão "o preço atualizado em 5%", ao passo que aqueles entre 10 e 15 euros "serão atualizados em 2%".
O Ministério da Saúde vai avançar com um conjunto de medidas para facilitar o acesso de medicamentos e evitar ruturas de stock. Entre as medidas previstas inclui-se o “aumento controlado dos preços dos medicamentos mais baratos”.
Nesse sentido, “os medicamentos com preço de venda ao público (PVP) até 10 euros têm o preço atualizado em 5%”, enquanto os medicamentos “com preços entre 10 e 15 euros serão atualizados em 2%”, adianta a tutela liderada por Manuel Pizarro, em comunicado divulgado esta quarta-feira. Estas referências foram, por exemplo, aplicadas aos aumentos das portagens, bem como às rendas.
Ao mesmo tempo, os medicamentos cujo PVP é superior a 15 euros “terão o seu preço revisto por comparação com a média dos quatro países de referência (Espanha, França, Itália e Eslovénia)”, sendo que “neste caso, sempre que o preço esteja acima da média, ocorrerá a sua redução até ao máximo de 5%”.
O Governo estima um aumento de 0,4% da despesa do Estado com a aplicação desta medida. “O aumento controlado dos preços dos medicamentos mais baratos procura garantir a sua permanente disponibilização no mercado e é compensado pela redução de preço dos medicamentos mais caros”, sinaliza o Ministério da Saúde.
Em comunicado, a APOGEN, associação que representa os medicamentos genéricos e biossimilares, vem aplaudir a decisão, referindo que “vai contribuir para a sustentabilidade e a eficiência a terapêuticas mais custo-efetivas”, bem como “promover e continuar a potenciar o acesso à saúde”, sinaliza Maria do Carmo Neves, presidente desta associação.
A APOGEN sublinha ainda que “esta é uma conquista muito significativa para toda a cadeia de valor” e diz que está ” aberta à colaboração institucional e à construção de pontes”, tendo em vista mitigar os problemas na produção e distribuição de medicamentos “que se irão continuar a sentir, pese embora este importante primeiro passo”.
Paralelamente, o Governo adianta ainda serão adotadas outras medidas, como a criação de uma lista de medicamentos essenciais críticos,”cuja disponibilidade será monitorizada de forma particular e em relação aos quais serão tomadas medidas específicas que podem incluir a revisão excecional de preço”. Assim como a definição do conceito de medicamento de custo excessivo “por referência ao aumento do volume de vendas e da quota de mercado, que conduzirá à redução do respetivo preço ainda durante o ano de 2023”, lê-se.
Estas medidas têm como objetivo responder aos problemas de produção e distribuição de medicamentos, que têm afetado vários países europeus, incluindo Portugal.
(Notícia atualizada às 17h02 com a reação da APOGEN)
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