• Entrevista por:
  • Lusa

PGR alerta para esquema fraudulento de falso emprego online

A burla tem por base o anúncio de emprego publicado em redes sociais. O modo de atuação dos criminosos passa ainda por exigir às vítimas a abertura de uma conta na plataforma ‘Binance’.

O Ministério Público alertou esta sexta-feira para um esquema fraudulento online através do qual se recrutam pessoas para trabalhar digitalmente, numa burla que promete ganhos de centenas de euros por dia por pequenas tarefas que implicam investimento de dinheiro próprio.

De acordo com uma nota publicada pelo Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR), a burla tem por base o anúncio de emprego publicado em redes sociais. “Este método criminoso tem atingido muitas vítimas em Portugal, incluindo jovens no início de percurso profissional e desempregados que procuram trabalho. Este tipo de vítimas são atraídas por promessas de alta rentabilidade com pequenos investimentos e nenhum risco para o capital aplicado”, refere a PGR na nota.

De acordo com o Ministério Público (MP), o esquema criminoso inicia-se solicitando-se às vítimas um contacto direto, através dos quais “são sempre abordadas de forma individual e personalizada, por via de mensagens de WhatsApp ou, por vezes, de Telegram”.

Às vítimas é dito que foram selecionadas para um trabalho online, que podem “cumprir a partir de casa, o qual lhe renderá quantias de algumas centenas de euros por dia”, bastando apenas “executar pequenas tarefas online”, sendo que, revelou a PGR, “a narrativa e encenação utilizada pelos diversos grupos criminosos é variada”, mas a maioria dos casos passa por simulação de compras na Internet, mas sem que “se concretizem efetivamente”.

“Embora esta atividade suponha que as vítimas gastem dinheiro, é-lhes sempre prometido que todo ele lhes será devolvido, acrescido de uma comissão. Em todas estas situações os criminosos facultam às vítimas o acesso a uma carteira de criptomoedas, a qual devem usar na sua atividade. Invariavelmente tais carteiras estão criadas em plataformas desconhecidas – controladas pelos agentes criminosos. Apesar de fraudulentas, tais plataformas procuram imitar, aos olhos do utilizador comum, conhecidas plataformas de comércio eletrónico”, explica o gabinete de cibercrime da PGR.

O modo de atuação dos criminosos passa ainda por exigir às vítimas a abertura de uma conta na plataforma ‘Binance’, onde devem comprar criptomoedas com dinheiro seu, que depois têm que transferir para a conta na plataforma fraudulenta. “Após o cumprimento das tarefas, nos primeiros dias do processo, aparentemente são-lhe efetivamente devolvidas as quantias gastas, acrescidas de comissões, as quais são depositadas na conta da plataforma fraudulenta, para que possa continuar a gastar esses valores”, explica a nota.

No entanto, explica a PGR, a informação produzida pela plataforma fraudulenta é falsa, simulando através de software incorporado compras e transferências falsas, assim como “os valores supostamente ganhos como comissões”. A atividade criminosa consiste depois em convencer as pessoas iludidas com ganhos fictícios a gastar montantes ainda mais elevados na compra de criptomoedas que continuam a transferir para a plataforma fraudulenta, em valores que chegam a ser de “vários milhares de euros”.

Quando finalmente a vítima se apercebe de que todo o esquema é fraudulento e com isso confronta os representantes da plataforma, estes cancelam-lhe a conta, ficando assim a vítima impedida de aceder à mesma. Os agentes criminosos deixam de estar contactáveis por WhatsApp ou Telegram. Nalguns casos, desativam a própria plataforma, que assim deixa de estar disponível online e verdadeiramente desaparece”, explica a PGR.

As redes criminosas têm montadas várias plataformas desta natureza “que surgem e desaparecem segundo a conveniência dos agentes criminosos”: “Quando fazem desaparecer uma delas, de imediato, os seus donos abrem uma outra, do mesmo teor, noutra localização na Internet”.

A PGR refere ainda que as vítimas, “normalmente, não verificam que é inexistente a informação na plataforma sobre quem é o seu proprietário e quais os respetivos contactos (por exemplo, nunca é indicado um escritório físico ou números de telefone)”. A nota acrescenta que as vítimas não se apercebem que as plataformas legítimas que o esquema fraudulento tenta copiar, como a Amazon ou a Aliexpress, são apresentadas com endereços de domínio alterados, contendo, por exemplo, carateres incorretos ou adicionais.

  • Lusa

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