Preço dos chocolates vai subir 10%, estima Nestlé Portugal

Os preços dos chocolates “vão continuar a subir, seguramente”, prevê Bruno Martiniano, business development confectionery & food da Nestlé Portugal, em declarações ao Jornal de Negócios. É necessário fazer face ao “aumento dos custos”, que se acentuaram “muito no final do ano”, aos quais “não é possível reagir”. O valor do cacau não teve “variações relevantes”, mas, no campo das matérias-primas, foi o preço do açúcar o que teve “maior expressão”, crescendo “quase 100%”, avança o responsável.

Em 2022, o número de vendas subiu e o preço do chocolate aumentou 3%, diz Bruno Martiniano ao Jornal de Negócios. Mas, “em termos de rentabilidade”, o ano passado “foi um ano muito desafiante”, já que os custos com a produção de chocolate pesam 30% na fatura total. Este cenário manter-se-á, pelo menos, durante o primeiro semestre de 2023, calcula.

O mercado português do chocolate vale, no retalho direto, 250 milhões de euros, com vendas de cerca de 15 mil toneladas. A Nestlé Portugal vende 14 marcas (entre snacks, bombons e tabletes), o que representa, habitualmente, cerca de 35 milhões de euros no mercado nacional. Portugal é um mercado “pequeno”, mas com “grande potencial de crescimento”, diz o responsável. Isto porque o consumo per capita está entre 1,6 e 1,7 quilos anuais, enquanto em Espanha, por exemplo, é mais do dobro.