Lufthansa confirma interesse na TAP
Companhia alemã está em negociações exclusivas com o governo italiano para ficar com 40% da ITA Airways, mas diz que a TAP também é um alvo interessante.
A alemã Lufthansa continua interessada em investir na TAP, sendo uma das favoritas para entrar no capital social da companhia portuguesa. De acordo com a Bloomberg, citada pelo Negócios, durante a apresentação dos resultados anuais, a Lufthansa assumiu que os alvos mais interessantes para fusões e aquisições são a TAP e a italiana ITA, antiga Alitalia.
O interesse da Lufthansa na TAP vem desde 2019, quando o investimento da companhia alemã esteve quase a ser concluído. Mas o processo foi suspenso com a pandemia de Covid-19.
Além da gigante alemã, também a Air France-KLM e o grupo IAG, do qual fazem parte a British Airways e a Iberia, estão na corrida para investir na companhia portuguesa.
A TAP tem sido o centro de várias polémicas nos últimos meses e o Governo tem vindo a acelerar o processo de privatização. No início de fevereiro, o ministro das Finanças fez saber que tem a intenção de levar “em breve” a Conselho de Ministros legislação para dar início ao processo de privatização. Na altura, Fernando Medina salientou que com os resultados da TAP, “muito acima” das metas do plano de reestruturação, “este é um bom momento para o Governo avaliar e decidir relativamente ao curso da privatização da companhia”.
O Governo ainda não revelou se o Estado vai manter, ou não, alguma participação no capital social da companhia. Mas o Jornal Económico escreveu que, segundo fonte próxima do processo, está em cima da mesa a possibilidade de o Estado ficar com 10% a 20% do capital para ter presença no conselho de administração e capacidade de intervenção em questões de interesse nacional.
Entretanto, a Lufthansa continua em negociações com o Governo italiano para investir em 40% do capital social da ITA Airways por cerca de 325 milhões de dólares (300 milhões à atual taxa de câmbio).
A Lufthansa e a Air France-KLM estão também a disputar a Flybe, a low-cost regional britânica que já foi liderada pela CEO da TAP e que entrou em insolvência, pela segunda vez, no final de janeiro.
O jornal Telegraph avançou no início de fevereiro que estes grupos de aviação estão em conversações com a administração da Flybe, que em 2020 foi comprada pela Thyme Opco, uma empresa ligada ao hedge fund norte-americano Cyrus Capital.
Segundo o jornal britânico, o interesse da Lufthansa e da Air France-KLM está nos sete pares de slots (horários de aterragem e descolagem) que a Flybe tem no aeroporto de Heathrow. E, caso alguma das companhias chegue a acordo com a Flybe, o resgate pode evitar que a empresa seja encerrada e que o nome da transportadora desapareça novamente dos aeroportos.
Subida dos lucros em 2023
Durante a apresentação de resultados, segundo a Bloomberg, a par das principais companhias europeias, também a Lufthansa prevê um aumento nos lucros este ano, tendo no horizonte uma “melhoria significativa” dos 1,5 mil milhões de euros de lucro operacional que registou em 2022.
Um cenário que vai resultar da subida dos preços dos bilhetes em 2023 e do aumento do tráfego aéreo, sobretudo durante o verão, nos países do Mediterrâneo e nas rotas do Atlântico Norte.
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