Seguros de risco transacional continuam fator crítico em M&A

O ritmo crescente de adoção de seguros de risco transacional destaca-se como característica principal das operações de fusões e aquisições (M&A) a nível mundial, conclui um novo relatório divulgado pela Marsh, especialista em consultoria de risco e corretagem de seguros.

Segundo o relatório Transactional Risk Insurance 2022: Year in Review, publicado pela Marsh Specialty, os seguros de warranty & indemnity e specific liabilities são, mais do que nunca, reconhecidos como “soluções evidentes para proteger compradores e vendedores dos riscos inerentes às operações de fusão e aquisição”, escreve a consultora, em comunicado.

O relatório revela que os investidores – financeiros e estratégicos – recorrem cada vez mais a mecanismos de tax liability insurance para mitigar os impactos de eventuais contingências fiscais, que se possam materializar após uma aquisição, incluindo não apenas as responsabilidades decorrentes da atividade das empresas alvo como da própria estrutura da transação.

Após um período marcado por níveis assinaláveis de atividade de fusões e aquisições em 2021, o relatório assinala o aumento da severidade dos sinistros reportados aos seguradores em 2022. Tal verificou-se depois da frequência de sinistros reportados ao abrigo destas apólices ter diminuído em 2021, em comparação com o recorde registado em 2020.

Pedro Pereira, Head of Private Equity and M&A da Marsh Portugal afirma: “O ano passado provou ser bastante desafiante para o mercado nacional de fusões e aquisições, sobretudo pelo menor volume de operações registadas. Não obstante, constatámos que o ritmo de adoção das soluções de risco transacional segue uma tendência crescente (em particular ao longo dos últimos três anos) que é justificada por compradores e vendedores identificarem este mecanismo como fator crítico de sucesso na concretização de operações de M&A”.

Em 2023, a Marsh Specialty espera que o panorama global de subscrição permaneça positivo, com mais de mil milhões de dólares de capital seguro disponível para uma única transação na América do Norte e na Europa, e com novos operadores a expandir a capacidade de seguro atualmente disponível para riscos em regiões de elevado crescimento como a América Latina, África e Ásia.

Sebastião Lorena, Transactional Risk Insurance Specialist da Marsh Portugal, acrescenta: “Os investidores com quem temos discutido sobre o momento do mercado, antecipam que a atividade de fusões e aquisições acelere na segunda metade de 2023, suportados, por um lado, pela estabilização dos níveis de inflação e taxas de juro e por outro, pelos elevados montantes de ‘dry powder’ à disposição dos fundos de private equity. Neste sentido, esperamos que o mercado de seguros de risco transacional consolide a tendência crescente ao longo deste ano, alavancado pelo maior recurso a estas soluções e ao maior interesse dos seguradores em aportar capacidade de operações em Portugal.”