Gestão florestal e mercados de carbono
Portugal propõe-se ser um país pioneiro no processo de regulação do mercado de carbono.
O 1º Congresso SÉRVULO ESG, dedicado à gestão florestal e mercados de carbono decorreu em modo presencial na Pousada de Lisboa e foi uma iniciativa promovida pela equipa ESG da SÉRVULO, tendo contado com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro.
No primeiro painel do congresso foi feita a exposição do desenho proposto para o mercado voluntário de carbono português por Nuno Lacasta, Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, que garantiu a análise de todos os contributos que foram enviados por empresas interessadas, bem como a promoção da discussão técnica para a preparação do diploma e o contacto com um conjunto de players nacionais e internacionais relevantes. Foi também apresentada a proposta da Comissão Europeia sobre as certificações das remoções de carbono e a visão dos proprietários florestais por Ana Rocha, Diretora da EuropeanLandowners’ Organization, adiantando que a Comissão Europeia se quer focar em projetos-piloto em diversas áreas, assentes em quatro critérios fundamentais: transparência, permanência, sustentabilidade e serviços de ecossistema.
O evento contou ainda com duas mesas redondas, sendo a primeira dedicada ao tema dos desafios e dificuldades da implementação da proposta de governo para o mercado voluntário de carbono português, composta por Ana Paula Rodrigues, Diretora do Departamento de Alterações Climáticas da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Miguel Banza, Presidente do Conselho Diretivo do INCF, Carolina Silva, Policy Officer da Zero, Francisco Purroy Balda, Diretor Ibérico da LandLife Company e Ana Gonçalves, Partner da S 317 Consulting. Esta mesa redonda teve a moderação de Ana Luísa Guimarães, Sócia da SÉRVULO. A segunda mesa redonda, dedicada aos meios de financiamento disponíveis para o mercado de carbono, contou com a participação de João Fonseca Santos, Assessor do Vice-Presidente do Banco Europeu do Investimento, Cristina Pires, Gabinete de Gestão do Fundo Ambiental, João André Dias Mestre, Diretor de Sustentabilidade do Grupo Fidelidade, Enrique Enciso Encinas, Sócio e Diretor Executivo do Grupo Sylvestris e Marta Zambujal de Oliveira, Associate da Ikigai Capital. Paulo Câmara, Sócio da SÉRVULO foi o responsável pela moderação.
Nas palavras do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, num contexto onde o Estado intervém como entidade reguladora, para garantir segurança no processo de verificação ambiental, é absolutamente determinante que os produtores florestais tenham a capacidade de atrair potenciais interessados nos seus projetos. Pelo que a existência de um conjunto de iniciativas muito concreto e ambicioso que irá avançar ainda este ano – caso do novo fundo de investimento ambiental LAND Fund, – contribuirá para o objetivo de atrair investimentos que impactem pelo menos 500 mil hectares da floresta nacional.
Duarte Cordeiro admitiu que o grau de reputação do Mercado Voluntário de Carbono é variável, uma vez que em muitos casos existem dúvidas sobre o trabalho que é desenvolvido pelos projetos florestais, o que origina problemas de credibilidade às empresas que decidem adquirir esses créditos de carbono para compensar as suas emissões, pelo que a transparência e a fiscalização são essenciais. Neste âmbito, a regulação pode trazer um nível elevado de confiança quer aos que movem projetos de natureza florestal, quer aos que investem nesses projetos.
"Se conseguirmos conferir essa confiança criamos as bases para que este mercado cresça. E ao crescer, estamos a dar oportunidades de valor económico à floresta portuguesa.”
Foi também salientada a importância da certificação, que irá permitir o aumento da qualidade das emissões de carbono na UE e projetar uma resposta para os mais céticos e que suspeitam da existência da prática de greenwashing, assim como da regulação em prol da confiança e credibilidade.
"O falseamento da captura de carbono obriga a que cada vez haja mais necessidade de olhar para esta realidade com alguma regulação, para dar confiança ao funcionamento destes mercados.”
O 1º Congresso SÉRVULO ESG, dedicado à gestão florestal e mercados de carbono, foi encerrado por Manuel Magalhães, Managing Partner da SÉRVULO.
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