Bancos centrais aumentam acesso a dólares para ultrapassar nervosismo no mercado
Cinco bancos centrais, com a Fed à cabeça, vão reforçar os leilões de liquidez em dólares para assegurar a estabilidade dos mercados depois do negócio do UBS com o Credit Suisse.
Os bancos centrais dos Estados Unidos, Suíça e outros países anunciaram uma ação coordenada para melhorar o acesso à liquidez em dólares e assim tranquilizar os mercados no meio de uma crise de confiança no sistema bancário. A medida extraordinária surge na sequência da aquisição do Credit Suisse pelo UBS, uma operação que contou com o envolvimento do Governo suíço para restaurar a confiança no sistema financeiro.
As instituições decidiram reforçar as “linhas de ‘swap’”, um mecanismo que facilita o acesso ao dólar por parte dos bancos centrais estrangeiros. Os bancos centrais vão assim aumentar a frequência das transações em dólares. “Anteriormente semanais, estas transações serão agora diárias e terão início na segunda-feira, 20 de março. Continuarão a este ritmo pelo menos até ao final do mês de abril”, lê-se num comunicado.
A rede de linhas de ‘swap’ serve como uma “rede de segurança de liquidez para aliviar as tensões nos mercados financeiros internacionais e assim ajudar a mitigar os efeitos destas tensões sobre a oferta de empréstimos às famílias e empresas”, explicam as instituições.
Os mercados, que têm estado agitados desde o colapso do Silicon Valley Bank, estão preocupados com a falta de liquidez à medida que as taxas de juro têm subido para combater a inflação.
O acordo foi assinado pelo Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá, o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão, o Banco Nacional Suíço (SNB) e a Reserva Federal dos EUA.
O presidente da Suíça, Alain Berset, tinha anunciado, minutos antes, que o grupo bancário suíço UBS compraria o Credit Suisse, considerando que esta é melhor forma de “restaurar a confiança”.
A solução “não é apenas decisiva para a Suíça […], mas para a estabilidade do sistema financeiro” mundial, afirmou Berset, em declarações à imprensa, na presença dos presidentes dos dois bancos, Colm Kelleher, do UBS, e Axel Lehmann, do Credit Suisse.
A ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, declarou na mesma conferência que a falência do Credit Suisse poderia provocar “danos económicos irreparáveis”. “Por essa razão, a Suíça deve assumir responsabilidades além de suas próprias fronteiras”, acrescentou a ministra.
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