Jerónimo Martins afasta-se da corrida pelas lojas do Minipreço
“Não estamos na corrida do Minipreço e não estamos interessados. Mesmo que estivéssemos, seriam só alguns ativos”, garante Soares dos Santos. Sonae, Lidl e Aldi negoceiam compra de 463 supermercados.
Pedro Soares dos Santos assegurou esta quinta-feira que a Jerónimo Martins (JM) não está interessada na compra das lojas do Minipreço, contrariando desta forma a informação veiculada pela imprensa espanhola, colocando a dona do Pingo Doce no lote das empresas que tinham feito uma oferta pelo negócio do grupo Dia em Portugal.
“Não estamos na corrida do Minipreço e não estamos interessados. Mesmo que estivéssemos, seriam só alguns ativos”, disse o presidente da JM durante a apresentação dos resultados do grupo, que em 2022 viu os lucros subirem 27,5%, para 590 milhões de euros, mas a margem EBIDTA recuar 0,3 pontos devido ao “aumento do investimento em preço e impacto da inflação nos custos”.
O grupo Dia, sediado na região de Madrid, está a atravessar um processo de reorganização empresarial que deverá incluir a alienação da rede de supermercados em Portugal, mercado em que opera sob a marca Minipreço. Contratou a Societé Générale para a venda de um total de 463 espaços comerciais e, segundo o Expansión, após a apresentação de ofertas não vinculativas, já terá entrado numa segunda fase de negociação com quatro finalistas: Sonae, Jerónimo Martins, Lidl e Aldi.
Contactado pelo ECO para obter detalhes sobre o processo de negociação em curso para a venda dos supermercados em Portugal, o grupo respondeu apenas, através do departamento de relações exteriores da Dia Portugal, que “avalia de forma contínua diversas oportunidades de investimento e desinvestimento, sem que a esta data tenha sido tomada qualquer decisão”.
O Grupo Dia avalia de forma contínua diversas oportunidades de investimento e desinvestimento, sem que a esta data tenha sido tomada qualquer decisão.
No ano passado, em que foi ultrapassado pela Mercadona no ranking do retalho alimentar em Portugal, o Minipreço registou um EBITDA de dez milhões de euros e vendas líquidas de 596 milhões, um ligeiro aumento de 0,5% em relação ao ano anterior, num período em que reduziu em 7% a rede de lojas. Um desempenho distante do crescimento global de 9,6% registado pelo grupo que tem operações também em Espanha, na Argentina e no Brasil, num total de quase 6.000 lojas.
Presente no mercado português há 42 anos, onde conta ainda com três centros de distribuição e onde contabiliza que 85% dos fornecedores são de origem nacional, o Minipreço emprega perto de 3.000 pessoas. No verão passado, no âmbito de um plano de reestruturação das operações, que conduziu ao fecho de 25 supermercados, despediu um total de 159 pessoas, depois de uma negociação que colocou 12% dos envolvidos noutras funções.
A estratégia do grupo Dia tem passado pelo desinvestimento em vários negócios. No ano passado vendeu a rede de cosméticos Clarel à cadeia de supermercados Alcampo, a insígnia com que o grupo Auchan opera em Espanha. No início de março de 2023 concluiu a venda de 235 supermercados de tamanho médio, localizados em oito regiões autónomas espanholas, ao mesmo grupo francês por 267 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 14h20 com reação do grupo Dia)
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