Fidelidade vai indemnizar quase 1 milhão de euros por morte de um piloto da APL

Quase 1 milhão de euros é quanto a Fidelidade terá de pagar em pensões anuais vitalícias, subsídios e indemnizações à mulher e ao filho menor de um piloto da barra de Lisboa que morreu em fevereiro de 2018, reportou esta segunda-feira o jornal Correio da Manhã, com base num acórdão produzido pelo Tribunal da Relação de Évora condenando a Administração do Porto de Lisboa (APL).

A APL foi condenada, segundo o acórdão, por falhas graves. O acidente deu-se pouco depois da meia-noite quando o piloto da barra desembarcou do porta-contentores Singapore Express, tendo-se debatido na água cerca de 30 minutos antes de morrer afogado. O piloto tinha 45 anos era casado e tinha um filho, na altura, com 7 anos.

O Tribunal da Relação apontou falhas como os tripulantes estarem sem linhas de vida colocadas, pelo que “apenas possuíam uma das mãos para resgatar o náufrago, uma vez que com a outra tinham de se agarrar à embarcação”, falta de roupa impermeável adequada às baixas temperaturas da água, o que resultou em violação legal pela entidade empregadora relativa à informação, falta de formação e segurança dos equipamentos pessoais e de salvamento utilizados, que se revelaram como causa adequada para a morte do sinistrado.

Noutro plano, o Tribunal considera que se a APL tivesse dado formação ao sinistrado sobre situações de emergência de ‘Homem ao Mar’ e formação sobre técnicas de sobrevivência em água fria, este encontrar-se-ia mais bem preparado para resistir à situação”.

Perante este cenário, o Tribunal condenou a APL e, por consequência, a Fidelidade, ao pagamento de 956 405 euros à mulher e filho do piloto.