Poolside Hub quer ser “o epicentro das empresas de Web3 em Portugal”

A reconversão do antigo espaço da Wave Factory em Alvalade, Lisboa, exigiu um investimento de 500 mil euros e tem capacidade para 60 pessoas, diz Catarina Cabral, diretora do Poolside Hub.

Era uma antiga piscina de ondas mas agora quer agitar as águas da Web3 em Portugal. O Poolside Hub quer ser o “epicentro da atividade das empresas de Web3 em Portugal, e o ponto de encontro para toda a comunidade, desde founders, investidores, empreendedores e até newcomers e curiosos”, aponta Catarina Cabral, diretora do Poolside Hub, à ECO Pessoas.

Reconverter o antigo espaço da Wave Factory em Alvalade, Lisboa, exigiu um investimento de 500 mil euros. Com uma área de 1.500 metros quadrados, o espaço tem cinco salas de coworking, um espaço multiusos para eventos com capacidade para mais de 100 pessoas, um restaurante (o Cobaia) – ambos projetados pelo Pedro Gramaxo da Ode Estúdios –, uma galeria de NFT com exposição de arte digital, com curadoria da startup Artpool, e ainda dois pátios exteriores.

A Polkastarter e a Startup Lisboa estão entre os parceiros fundadores deste hub, cuja inauguração oficial decorre de 10 a 14 de abril. O espaço já acolhe nove projetos e tem capacidade para 60 pessoas.

O primeiro programa de aceleração da Poolside já tem resultados. “Recebemos mais de 350 candidaturas para o primeiro cohort. Após centenas de entrevistas e um longo processo de avaliação, finalmente selecionamos quatro projetos que vão receber até 100 mil dólares de investimento para o nosso programa de 12 semanas“, adianta a diretora do Poolside Hub.

Avançaram com um programa de aceleração e uma casa para acolher projetos na área de web3. O que motivou a escolha de Lisboa?

Lisboa foi, para nós, a escolha natural. É a capital do país, uma cidade de dimensão média a nível europeu e com uma enorme capacidade de atração de empreendedores e trabalhadores remotos, pela sua qualidade de vida. E, sendo atualmente o lar de importantes eventos como o Web Summit, ETHLisbon, NEAR Con ou Solana Breakpoint, é uma cidade que se tem tornado rapidamente um centro de Web3. Por isso, decidimos criar o nosso primeiro hub aqui. O programa de aceleração é internacional e remoto, mas inclui a possibilidade de uma passagem também pelo hub.

O objetivo é ficar por Lisboa ou há planos de expansão para outras cidades? Porto, por exemplo?

Para já, estamos focados em Lisboa. Mas não descartamos a possibilidade de expansão para outras cidades, não necessariamente em Portugal.

O hub em Lisboa destina-se apenas às empresas aceleradas pelo vosso programa ou está aberto a startups ou scaleups que se movimentem na Web3?

Foi pensado numa ótica de construção constante de comunidade por isso, além de poder servir de base às startups e às scaleups aceleradas no nosso programa de Web3, o espaço está aberto a outros membros do ecossistema, seja por temporadas longas (sendo o polo da Startup Lisboa para os projetos de Web3) ou por períodos mais curtos, além de visitas às nossas exposições temporárias ou eventos.

O nosso objetivo é que o Poolside Hub seja o epicentro da atividade das empresas de Web3 em Portugal, e o ponto de encontro para toda a comunidade, desde founders, investidores, empreendedores e até newcomers e curiosos.

As empresas baseadas em tech são as primeiras a precisar de lugares que lhes permitam sentir-se “em casa”, mas temos a certeza que tão ou mais importante é criar lugares de partilha de experiências diversas. E que esses lugares só são possíveis se houver circulação de pessoas.

É também um espaço ‘nomad digital friendly’?

Tendo em conta o tipo de comunidade que estamos empenhados em criar, é essencial que nos ajustemos às características e necessidades do mercado e do tipo de negócios que estamos a tentar estimular. Acreditamos que as empresas baseadas em tech são as primeiras a precisar de lugares que lhes permitam sentir-se “em casa”, mas temos a certeza que tão ou mais importante é criar lugares de partilha de experiências diversas. E que esses lugares só são possíveis se houver circulação de pessoas.

O nosso principal foco é oferecer salas privadas para equipas de startups, mas na sala da Startup Lisboa, associada à Unicorn Factory, temos cerca de 20 lugares que poderão estar disponíveis para nómadas digitais, mediante aprovação.

Quantas empresas já estão instaladas no hub? Qual é a sua capacidade de acolhimento?

Temos, neste momento, nove projetos com membros instalados no hub. Além da equipa da Poolside, já somos a casa de empresas como Polkastarter, Masterblox, Match, Artpool, 100 Collectors, Crowdclass, Givin, Talent Protocol e ImpactScope. Algumas delas fazem parte do “espaço” da Unicorn Factory, que pertence à Startup Lisboa, e que oferece lugares para várias empresas incubadas. No total, o espaço do hub consegue receber 60 pessoas.

Face à atual oferta de coworks na cidade, o que sentem que vos distingue?

Além da excelente localização – no coração de Lisboa (em Alvalade) e a poucos minutos do aeroporto –, acreditamos que o nosso maior fator de diferenciação é o facto estarmos focados na criação de comunidade na Web3. Além do programa de aceleração de empresas, queremos que o Poolside seja também um ponto de encontro.

Por isso, criamos uma estrutura onde, além do espaço de cowork, podemos encontrar espaço para eventos e um restaurante que, além da sala interior, terá também um terraço onde também será possível criar eventos e ativações de marca.

O espaço de eventos está totalmente equipado e irá receber uma ampla variedade de iniciativas, incluindo conferências, meetups, hackathons, concertos, e muito mais. Vamos ainda ter uma Galeria de NFT para receber várias exposições de arte digital ao longo do ano. Acreditamos que, reunindo empreendedores, investidores e outros interessados no espaço Web3, podemos impulsionar um progresso significativo na indústria.

Além do programa de aceleração de empresas, queremos que o Poolside seja também um ponto de encontro. Por isso, criamos uma estrutura onde, além do espaço de cowork, podemos encontrar espaço para eventos e um restaurante que, além da sala interior, terá também um terraço onde também será possível criar eventos e ativações de marca.

Mas o que já representa esse universo Web3 em Portugal e o que estimam possa vir a representar?

Atualmente, não existem dados consistentes sobre o negócio da Web3 em Portugal mas, sabemos por experiência, que o ecossistema tem crescido e ganho lastro, sobretudo depois do início da pandemia. Em novembro passado, antes, durante e depois do Web Summit, Lisboa foi considerada por muitos a capital da Web3, pela quantidade e impacto de eventos nessa área que escolheram a cidade portuguesa para organizarem eventos, meetups e outras iniciativas.

Exemplo disso são os casos como o ETH Lisbon, Solana Breakpoint, NEAR Con, ETH Porto, Epic Web3 Conference e Non Fungible Conference, para mencionar algumas.

O programa de aceleração arrancou em fevereiro. Quais foram os resultados?

Recebemos mais de 350 candidaturas para o primeiro cohort. Após centenas de entrevistas e um longo processo de avaliação, finalmente selecionamos quatro projetos que vão receber até 100 mil dólares de investimento para o nosso programa de 12 semanas. Num dos projetos acelerados – Portals.fi –, o fundador vive em Portugal, no entanto, nenhum dos projetos acelerados tem sede em Portugal.

Há alguma outra fase do programa prevista?

Estamos comprometidos com o sucesso dos projetos, muito além da duração do programa, por isso continuaremos a apoiá-los da mesma forma que fizemos durante as 12 semanas.

Conheça o espaço aqui.

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