Distribuição e agricultores esperam esclarecimentos na reunião de acompanhamento dos preços
APED e CAP procuram mais respostas junto do Estado na primeira reunião da comissão de acompanhamento ao pacto para estabilizar e reduzir os preços dos alimentos.
Foi com poucas expectativas que a associação das empresas da distribuição (APED) e a confederação dos agricultores (CAP) se dirigiram nesta quarta-feira à primeira reunião da comissão de acompanhamento do pacto para estabilizar e baixar os preços dos bens alimentares. Gonçalo Lobo Xavier (APED) e Eduardo Oliveira e Sousa (CAP) fizeram os seus prognósticos horas antes do encontro na conferência do ECO dedicada à soberania alimentar.
“Sou um otimista incorrigível mas realista. Espero que as entidades participantes na comissão sejam todas sérias e que haja seriedade na comunicação dos dados, que não haja aproveitamento político ou populista do trabalho que vamos fazer e que todas as entidades sejam sérias a fazer a avaliação dos preços e da cadeia de valor para evitar males maiores”, antecipou o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier.
“O consumidor está expectante e não quer saber se os agricultores vão receber o dinheiro previsto no pacto. O consumidor quer saber é se a medida vai ter efeitos na sua vida. É um risco que quisemos correr, para o bem da agricultura portuguesa, dos consumidores e seriedade das nossas empresas”, acrescentou.
Do lado dos produtores agrícolas, “é cedo para criarmos uma expectativa” mas ainda faltam vários passos. “O IVA ainda não está a zero, os procedimentos estão a decorrer, as ajudas são pouco mais do que uma miragem. Há alguns apoios que ainda precisamos de perceber como vão ser arrumados e transmitidos aos agricultores“, notou Eduardo Oliveira e Sousa. “Creio que a reunião de hoje à tarde é para perceber como o pacto vai funcionar”, acrescentou.
Uma certeza já existe: “O leite é um dos produtos do cabaz [do IVA zero] que vão baixar” mas não é por conta da medida do Governo. “Como há pouco regadio, as vacas alimentam-se da erva. Estamos na Primavera e é altura da fartura. Há leite, baixa o preço. Não é por causa do IVA”, explicou.
A primeira reunião da comissão de acompanhamento do Pacto para a Estabilização e Redução de Preços dos Bens Alimentares começou pelas 14h30. A comissão é constituída por oito entidades, incluindo a Autoridade da Concorrência.
Para tentar mitigar a escalada dos preços dos alimentos, o Governo avançou com um pacote que inclui ajudas à produção e a isenção de IVA neste cabaz de bens essenciais, a vigorar entre abril e outubro, que terá um custo total de 600 milhões de euros. O chamado Pacto para a Estabilização e Redução de Preços dos Bens Alimentares foi assinado dia 27 de março com o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, e o diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier.
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