Supervisor alerta para 4 fraudes nos seguros

  • ECO Seguros
  • 25 Abril 2023

"O atual contexto macroeconómico pode reforçar o triângulo da fraude - motivo, racionalização e oportunidade - incentivando a sua prática", alertou Diogo Alarcão, administrador da ASF.

O administrador da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Diogo Alarcão, alertou durante o seminário ‘A Partilha de Informação no Controlo da Fraude’, na passada sexta-feira, no Auditório da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), para o risco de fraude prevalente em todos os ramos e intervenientes no setor dos seguros, que, sendo “transversal a todos os ramos”, pode ocorrer em “qualquer fase do ciclo do produto”, apresentando maior incidência na subscrição e regularização de sinistros.

“O risco de fraude é transversal a todos os ramos de seguros”, afirma Diogo Alarcão, administrador da ASF.

Diogo Alarcão destacou 4 práticas que atingem o setor segurador. Uma das mais comuns é a fraude por omissão ou prestação de declarações falsas, aplicada com o intuito de influenciar o risco ou prémio aplicáveis. Como exemplo, o vogal citou a apresentação de documentação clínica forjada para facilitar contratos de seguro mais favoráveis.

Outra fraude mencionada relaciona-se com a subscrição de várias apólices com capitais baixos, com o objetivo de evitar a realização de exames médicos – necessários para contratos de capital elevado, em quadros de preexistência.

A fraude associada ao risco de simulação de acidentes atinge, em especial, o ramo de seguro automóvel.

Diogo Alarcão apontou ainda a fraude relativa à contratação de capitais elevados, desajustados da situação económica e património do tomador de seguro. Por exemplo, no seguro de acidentes pessoais, o risco de o tomador contratar capitais elevados face ao seu estatuto socioeconómico pode levar a que, em caso de incapacidade temporária, este aufira mais do que a trabalhar – um incentivo ao absentismo e à simulação de acidentes.

O profissional manifestou a importância da criação de fora de discussão, como “comités antifraude”, para a aprovação de políticas e procedimentos transversais, acompanhamento da evolução de iniciativas de combate à fraude e dos principais indicadores de risco, apontar os principais desenvolvimentos a implementar e tomar decisões sobre formas de atuação perante casos com maior impacto.

O executivo apontou a importância de ações de formação e deteção de fraude interna, externa ou com origem em mediadores, destinados a trabalhadores da seguradora em funções mais vulneráveis.

Defendeu ainda a criação de canais de denúncia, “whistleblowing”, para análise e investigação de casos, com controlos internos adaptados a fraudes detetadas, para reforçar medidas de mitigação.

Uma avaliação periódica dos riscos e da efetividade dos controlos definidos demonstrou-se uma prioridade, até para determinar a eficácia e necessidade de novos controlos. Prevê-se ainda a implementação de ferramentas informáticas apoiadas em inteligência artificial (IA).

Para atividades com maior nível de risco, foram propostos ‘segundos níveis de controlo ou validação’ das decisões tomadas. Destaca-se também a importância de mais auditorias internas e externas.

A ASF contou com a colaboração da APS para contribuir com informações que permitam adquirir um retrato fiel da fraude e dos seus agentes em Portugal.

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