Conferências do Casino regressam em 2023. Invasão da Ucrânia em debate
O mundo mudou nos últimos 150 anos, mas a necessidade de debater o futuro coletivo mantém-se. As Conferências do Casino 2023 recomeçam, para debater o que significa a invasão da Ucrânia.
As Conferências do Casino de 1871, com Eça de Queiroz, Antero Quental e Oliveira Martins, entre outros, marcou uma época, foi uma tentativa de refletir sobre o país e os seus desafios perante uma realidade económica e social que ficava aquém das expectativas. Como hoje. E isso justifica o regresso das Conferências do Casino 2023, e o primeiro debate agendado já para esta quarta-feira, às 17h00, no auditório 3 da Fundação Gulbenkian, com o ensaísta Giuliano da Empoli e o consultor político Bruno Maçães a debaterem o tema “O Fim da Paz? A Rússia, Último Império Colonial“.
“A 17 de Maio damos início a este Novo Ciclo de Conferências do Casino 2023, promovido pelo Círculo Eça de Queiroz, pelo Grémio Literário e pelo Centro Nacional de Cultura. Não vamos falar de problemas internos. Este novo Ciclo beneficia do entusiasmo de estrangeiros que recentemente descobriram Portugal para uma vida de qualidade e segurança, no seio de uma sociedade que não recusa estranhos“, lê-se na apresentação das Conferências.
“Mais do que reflexões umbilicais, revisitando passado pretérito ou recente em catarses auto analíticas, o nosso objetivo é abrir o palco a intervenções e debate sobre temas mais macro, contextualizando a interação dos vários atores internacionais em particular a Europa e, nela, países como o nosso. Ou abordando temáticas estruturantes como a Inteligência Artificial e a Energia“, afirma Pedro Rebelo de Sousa, presidente do Círculo Eça de Queiroz, citado pelo DN.
Para além do tema desta primeira Conferência, o de uma guerra onde se joga o futuro da Europa, as Conferências do Casino continuarão ao ritmo de uma por mês, lê-se no comunicado oficial de apresentação do projeto:
- A 22 de Junho, enfrentaremos o desafio de tentar saber mais sobre a Inteligência Artificial, concretamente de que modo a criação artística poderá vir a ser afectada. Será que, para além das profissões de que se fala, também os artistas poderão ser dispensados? Teremos o privilégio de poder ouvir o Professor Arlindo Oliveira, nosso sábio do mundo digital, e Massimo Sterpi, advogado especialista na protecção dos direitos de autor no mundo digital, que irão debater este tema com a Joana Vasconcelos, uma das nossas mais reconhecidas criadoras;
- A 19 de Julho, iremos olhar para uma das questões mais importantes para o nosso futuro: O que irá acontecer com a União Europeia? A validade do projecto – que transformou um Continente que se autodestruía sistematicamente, numa das potências económicas globais – terá terminado? Que acontecerá aos pequenos países, e em especial a Portugal? Iremos contar com Pascal Lamy, uma das testemunhas vivas mais conhecedora do processo de integração europeia;
- A 21 de Setembro vamos falar do que se está a passar com a (des)globalização;
- A 23 de Outubro debateremos uma outra grande questão existencial: Qual será o futuro do sistema democrático, num mundo que parece dispensar esta regra essencial de convivência coletiva? Contaremos com Martin Wolf do Financial Times que irá apresentar a edição portuguesa do seu último livro, “A crise do capitalismo democrático”.
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