Inflação em Portugal abrandou para 4% em maio devido ao “efeito de base” e IVA Zero
Desaceleração da inflação deve-se a um efeito de base, mas também ao IVA Zero, que isentou de imposto um cabaz de mais de 40 produtos alimentares e explica cerca de metade do abrandamento.
Está confirmada a desaceleração da inflação em maio para 4%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. É o sétimo mês consecutivo de abrandamento, sendo que a desaceleração em maio é justificada por um efeito de base mas também pela medida do IVA Zero.
“Esta desaceleração é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços da eletricidade, do gás e dos produtos alimentares verificado em maio de 2022″, indica o INE. Além disso, “a isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais também contribuiu para a desaceleração registada em maio”. O impacto estimado sobre a variação do índice de preços é de cerca de 0,8 pontos percentuais (p.p.), o que corresponde a quase metade do abrandamento da subida de preços (1,7 p.p.) no mês passado.
É de salientar que o INE já tinha avisado em abril que a inflação vai continuar a cair “nos próximos meses” devido ao efeito de base. Isto já que os preços subiram tanto no último ano que as subidas vão parecer mais modestas nestes meses, devido à comparação homóloga. Não esquecer também que um abrandamento da inflação não significa que os preços estejam a cair, mas sim a subir a um ritmo menor.
Apesar deste efeito, o gabinete de estatísticas admite que a medida do IVA Zero teve impacto também na evolução dos preços no mês passado. Tal fez reduzir a contribuição para a variação homóloga do IPC da classe dos Bens alimentares e bebidas não alcoólicas, bem como a variação mensal.
Olhando a um nível mais desagregado, “em relação às contribuições negativas, destacam-se os sub-subgrupos que contêm bens alimentares abrangidos pela isenção do IVA (cujo contributo total se situa em -0,7 p.p.), bem como os Voos internacionais e o Gasóleo”, nota o INE. Os óleos alimentares, por exemplo, que passaram de uma taxa normal (23%) para isenção de IVA, registaram uma variação mensal de -24,1%.
Já os preços que registaram uma subida maior foram das classes do Lazer, recreação e cultura e dos Restaurantes e hotéis, que aumentaram para 5,0% e 12,1% respetivamente (4,6% e 11,8% no mês anterior).
Neste destaque é também possível perceber que o indicador de inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis como os produtos alimentares não transformados e energéticos, registou uma variação homóloga de 5,4%, taxa inferior em 1,2 p.p. à registada em abril.
Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, indicador utilizado para as comparações europeias, apresentou uma variação homóloga de 5,4%, valor inferior em 1,5 p.p. ao registado no mês anterior e inferior em 0,7 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em abril, esta diferença foi 0,1 p.p.).
(Notícia atualizada às 11h45)
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