Razão da escassez de talento? As expectativas salariais, dizem 42% dos recrutadores
IT/Tecnologia continua a ser o perfil mais difícil de recrutar, seguido de managers e recém-licenciados, aponta estudo da Michael Page.
Cerca de metade dos recrutadores (42%) consideram que o aumento das expectativas salariais é o principal responsável pela escassez de talento na respetiva área de atividade, enquanto 30% apontam a falta de perfil dos candidatos para a função. Uma larga maioria (72,9%) admite que recrutar perfis de IT/Tecnologia é mais difícil do que há 24 meses, mostram os dados do estudo “Escassez de Talento em Portugal”, da Michael Page.
“Quando olhamos para um processo de recrutamento, e numa altura de pleno emprego para algumas áreas de negócio como a que vivemos, é importante alinhar as expectativas dos dois lados da decisão. Do lado do candidato é importante haver um enquadramento e clareza das suas expectativas não só quanto ao projeto como quanto à empresa, as expectativas salariais e o que procura numa nova empresa”, diz Filipa Silva, associate manager da Michael Page, citada em comunicado.
“Por parte das empresas a recrutar, é muito importante alinhar as suas expectativas com as circunstâncias e realidade do mercado. Muitas são as vezes em que as empresas procuram o candidato perfeito, que não existe, e ainda com um desfasamento salarial grande face à realidade do mercado. De forma a alinhar expectativas, é importante o papel dos recursos humanos para ajudarem os line managers e administradores e gerir expectativas, que levará, principalmente, a uma gestão de tempo e recursos desde logo”, refere ainda.
E o que revela o inquérito realizado pela Michael Page junto de 150 recrutadores de empresas? Na hora de recrutar, o principal obstáculo são as expectativas salariais dos candidatos face a anos anteriores (42,67%); seguindo-se o perfil desadequado do candidato (30%); o facto de os candidatos não se candidataram às vagas apresentadas (12,67%); os candidatos não parecem adequar-se à cultura da empresa (9,33%); ou os candidatos não querem mudar de emprego (1,33%).
Mais de um terço (36%) dos inquiridos considera que o respetivo setor de atividade não perdeu atratividade nos últimos 24 meses, com 32% a admitirem que perdeu um pouco e 22,6% que nada mudou. “Apenas 9,33% concorda com a questão e afirma que o seu setor se tornou menos desejado o que demonstra que o mercado do recrutamento continua em grande atividade para todos os setores”, aponta a Michael Page.
Apesar dos grandes movimentos de cortes de pessoal nas tecnológicas — que, em alguns casos, também afetaram o mercado nacional –, o setor IT/Tecnologia continua a ser o perfil mais difícil de recrutar, com 72,9% dos recrutadores a admitirem que contratar esses perfis está mais complicado do que há 24 meses. Managers (49,32%) e recém-diplomados (43,24%) completam o “top 3”.
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