Trabalhadores da IP marcam greve para 14 de julho, com impacto na CP e Fertagus
Funcionários da empresa que gere redes de comboios e de estradas reclamam intervenção do Governo para retomar negociações salariais.
Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) marcaram uma greve no dia 14 de julho, em protesto pela “falta de resposta” às suas reivindicações, adiantou à Lusa Abílio Carvalho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF). A greve terá impacto nas duas empresas de transporte de passageiros (CP e Fertagus) e nos operadores de mercadorias.
“Esta greve vai ocorrer no dia 14 de julho, durante 24 horas na IP”, ressalvou. Segundo o sindicalista, será depois decidida a continuação de ações de luta, “se não houver resposta às reivindicações”.
“Certamente haverá continuidade da luta mais à frente e esperaríamos que houvesse medidas para evitar isto, porque os trabalhadores também querem ver os seus problemas resolvidos”, indicou, acusando a IP de conduzir um “simulacro negocial”, através do qual passa “para fora a imagem de que há negociação, quando num concreto não há negociação alguma” e sim “imposição”, destacou.
O dirigente sindical indicou que “foram criadas expectativas” segundo as quais “a valorização dos trabalhadores seria mais à frente”, o que não se concretizou.
Por isso, a plataforma de sindicatos que representa os trabalhadores da IP entregou nesta sexta-feira um pré-aviso de greve para 14 de julho.
Questionado sobre se esperava negociações até ao dia marcado para a paralisação, Abílio Carvalho disse que, “em experiências anteriores”, as expectativas não têm sido correspondidas.
O dirigente sindical queixou-se ainda de que foram solicitadas, por “diversas vezes, reuniões” a que a empresa não respondeu “nem sim nem não”.
Segundo Abílio Carvalho, na IP o que houve até à data “foi a imposição de 1% [de atualização intercalar]”, garantindo que não houve abertura para a negociação.
“Agora, queremos é que o Governo possa intervir neste sentido, por isso é que hoje fizemos a entrega do pré-aviso de greve no Ministério das Infraestruturas”, explicou.
Os sindicatos apresentaram uma contraproposta salarial comum, exigindo um aumento intercalar mínimo de 37 euros, anunciaram em 12 de junho.
Esta plataforma sindical inclui os sindicatos Ascef (Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária), Fectrans/SNTSF (Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações/ Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário) e Fentcop (Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas).
Inclui ainda FNSTFPS (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais), Sindefer (Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia), Sinfa (Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins), Sinfb (Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários), SIOFA (Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins) e STIR (Sindicato dos Trabalhadores das Infraestruturas Rodoviárias).
A IP é responsável pela gestão de infraestruturas rodoviárias e exerce a prestação de serviço público de gestão da infraestrutura integrante da Rede Ferroviária Nacional.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Trabalhadores da IP marcam greve para 14 de julho, com impacto na CP e Fertagus
{{ noCommentsLabel }}