BCE, Fed e Banco de Inglaterra vão endurecer política monetária. Subida das taxas de juro ainda não terminou

No horizonte dos principais bancos centrais do mundo está a concretização de novas subidas das taxas de juro e a manutenção dessas taxas por um período mais longo do que o esperado.

Apesar de a taxa de inflação estar a abrandar há vários meses nos EUA, na Europa e no Reino Unido, afastando-se dos valores máximos registados no final do ano passado, continua longe da meta dos 2% definidos pelos bancos centrais dos seus países.

Para os governadores dos três países, essa situação deverá traduzir-se numa política monetária mais restritiva nos próximos meses, que se traduzirá em novas subidas das taxas de juro e pela provável manutenção das taxas de juro em valores elevados por mais tempo do que era esperado.

“Temos um trabalho a fazer. E o nosso trabalho é baixar a taxa de inflação para a meta de 2%”, refere Andrew Bailey, governador do Banco de Inglaterra, no decorrer de um painel de discussão com os presidentes da Fed, do BCE e do Banco do Japão no Fórum do BCE, que está a decorrer em Sintra.

Apesar de não revelarem qualquer coordenação entre si na tomada de decisões das suas políticas monetárias, Bailey revela que “cada um [deles] vê o que os outros estão a fazer”. “Falamos e partilhamos conhecimento e informação”, reconheceu.

Christine Lagarde, presidente do BCE, não abre o jogo sobre o que sucederá nas reuniões de julho e de setembro, mas revela que “não [está] a considerar fazer uma pausa” no ciclo de subida das taxas de juro.” Essa ideia é ainda mais reforçada quando o BCE estima que, no segundo semestre, a economia da Zona Euro apresente um melhor desempenho face ao registado nos primeiros seis meses do ano.

Mais uma vez, Lagarde sublinhou que o BCE continuará a decidir o caminho da política monetária numa base de “reunião a reunião”, com base nos dados sobre a economia europeia que for recebendo .Por essa razão, nota que caso a situação económica na Zona Euro se mantenha sem alterações até julho “é provável” que venha a aumentar mesmo as taxas na reunião de julho.

Antecipando que dentro de um ano a taxa de inflação na Zona Euro desça até aos 3%, Lagarde revela ainda que quer “manter uma margem restritiva o suficiente para baixar as taxas de juro quando [se sentir] confortável”.

A mesma cautela é seguida por Jerome Powell, presidente da Fed. “Acreditamos que há mais restrições a caminho, impulsionadas pelo mercado de trabalho”, referiu o responsável, reconhecendo que, apesar de as medidas até ao momento terem sido restritivas, “não foram suficientemente restritivas.”

Antecipando que a taxa de inflação não baixe para os 2% este ano nem no próximo ano, Powell revela que a Fed deverá “manter uma política restritiva o tempo que considerar necessário”.

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