Braço direito de Armando Pereira disponível para ser ouvido. Defesa diz que não está “em fuga”

  • Lusa
  • 15 Julho 2023

Defesa de Hernâni Vaz Antunes, parceiro de negócio de Armando Pereira, cofundador da Altice, diz que empresário "não está, nem esteve, ‘em fuga’ ou ‘em parte incerta’"

O empresário Hernâni Vaz Antunes, suspeito no processo ligado ao cofundador da Altice Armando Pereira, disse estar disponível para ser ouvido pelas autoridades e rejeitou, através da sua defesa, que esteja “em fuga ou em parte incerta”.

“Por referência ao processo que vem sendo noticiado, [Hernâni Vaz Antunes] não está, nem esteve, ‘em fuga’ ou ‘em parte incerta’, tendo já, através dos seus advogados, dado nota formal às autoridades competentes da sua disponibilidade para formalidades processuais e para ser ouvido, onde e quando determinado”, pode ler-se na nota enviada à Lusa pela defesa do empresário.

Os advogados Rui Patrício e Tiago Monfort acrescentaram ainda que não vão fazer “quaisquer outros comentários públicos sobre o assunto (…) por respeito ao processo e suas regras, às autoridades e aos envolvidos”.

Hernâni Vaz Antunes é conhecido como o braço direito do cofundador da Altice Armando Pereira, que ficou detido na quinta-feira, na sequência da operação desenvolvida pelo Ministério Público (MP) e pela Autoridade Tributária (AT) sobre suspeitas em torno de negócios relacionados com a Altice Portugal.

Também já detidos nessa operação foram Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro. Os três detidos foram hoje identificados perante o juiz Carlos Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal e vão prestar declarações em interrogatório.

Em causa está, alegadamente, uma “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.

A investigação indica também a existência de indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o MP que terão também sido usadas sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

Nas buscas, o DCIAP revelou que foram apreendidos documentos e objetos, “tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros”.

A Altice não é arguida e na sexta-feira anunciou que deu início a uma investigação interna relacionada com os processos de compras e os processos de aquisição e venda de imóveis da Altice Portugal, bem como de todo o Grupo Altice.

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