Lucro do BPI sobe 26% para 256 milhões no primeiro semestre
A margem financeira alavancou os resultados do banco controlado pelo espanhol CaixaBank
O BPI registou lucros de 256 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, à boleia da subida dos juros, informou o banco esta sexta-feira em comunicado divulgado no site da CMVM.
A alavancar os resultados do banco dos espanhóis do CaixaBank esteve a subida das taxas de juro, que levou a margem financeira — diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — a disparar 85% para 435 milhões.
O aumento dos proveitos “reflete crescimento da atividade comercial e subida das taxas de juro de mercado”, referiu o banco.
“A evolução dos custos incorpora os efeitos da inflação e a aceleração do investimento em novos projetos tecnológicos”, adiantou.
A atividade em Portugal contribuiu com 199 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 130% relativamente ao primeiro semestre de 2022 (87 milhões de euros). As participações no BFA em Angola e do BCI em Moçambique tiveram um contributo de 41 milhões de euros e 17 milhões para o resultado consolidado, respetivamente.
O BPI registou um crescimento homólogo de 4% no crédito, enquanto os depósitos de clientes diminuíram 4%, embora tenham recuperado no segundo trimestre. Os
proveitos da atividade comercial cresceram 50% o que, a par com um aumento de 13% dos custos e um custo do risco de 0.23%, se traduziu numa melhoria da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrentes em Portugal para 11.6% (mais cinco pontos percentuais nos últimos 12 meses).
João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, salientou que o primeiro semestre fica marcado “pela resiliência da economia portuguesa no ajustamento ao novo ciclo
de política monetária”.
“O BPI mantém uma posição financeira sólida e uma capitalização confortável, a par de um forte dinamismo comercial, que nos tem permitido ganhar quota de mercado no crédito às famílias e empresas e aumentar a rentabilidade”, acrescentou.
A carteira total de crédito a clientes (bruto) aumentou 4% em termos homólogos, para 29,8 mil milhões de euros o que corresponde a um incremento de 1,1 mil milhões. A quota de mercado em crédito aumentou 30 pontos base, em termos homólogos, para 11.6% em maio de 2023.
O banco adiantou que a carteira de crédito à habitação aumentou 5% para 14.4 mil milhões e a contratação de habitação diminuiu 19% face ao período homólogo, alcançando cerca de 1.2 mil milhões como consequência da menor procura de mercado.
“De salientar, no entanto, que a produção se manteve estável entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano cerca de 600 milhões de euros em cada trimestre)”, explicou, salientando ainda que a taxa fixa representou 46% dos novos contratos de crédito habitação no primeiro semestre de 2023.
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