Capitão Ferreira “não foi remunerado” por participação na “comissão fantasma”, garante Gomes Cravinho
João Gomes Cravinho emitiu um comunicado em que indica que "o aconselhamento em matéria de restruturação das indústrias de defesa" feito por Marco Capitão Ferreira "não foi remunerado".
João Gomes Cravinho esclareceu esta sexta-feira que “o aconselhamento em matéria de restruturação das indústrias de defesa” feito por Marco Capitão Ferreira, no âmbito do estudo ‘Economia da Defesa Nacional – Vetores de atuação e papel do Estado’, “não foi remunerado”.
Esta reação surge depois de na quinta-feira a revista Visão (acesso pago) ter revelado, que, entre fevereiro e março de 2019, Marco Capitão Ferreira assessorou a Direção-Geral de Recursos e Defesa Nacional (DGRDN) no âmbito do contrato sobre os helicópteros EH-101 e, paralelamente, integrava uma aparente “comissão fantasma”, tendo em vista a realização de um estudo, trabalhando diretamente com Gomes Cravinho (que à época era ministro da Defesa).
Num comunicado assinado pelo próprio, João Gomes Cravinho assinala que “em face das notícias que têm vindo a público, cumpre distinguir duas questões”. Nesse sentido, o agora ministro dos Negócios Estrangeiros adianta que o “aconselhamento em matéria de restruturação das indústrias de defesa, designadamente o Estudo para o qual contribuiu o Professor Marco Capitão Ferreira com os seus conhecimentos na área da defesa nacional” “não foi remunerado”.
Segundo João Gomes Cravinho, em causa está o estudo intitulado ‘“Economia da Defesa Nacional – Vetores de atuação e papel do Estado’, que foi feito “por um grupo de pessoas com olhares e experiências distintas na área”, sendo que nenhum dos participantes desses estudo foi remunerado.
Por outro lado, no que respeita ao contrato de assessoria celebrado entre Marco Capitão Ferreira e a DGRDN, este já “foi um trabalho remunerado, em termos estabelecidos exclusivamente pelas duas partes contratantes, e serviu para prestar assessoria técnica à negociação de um novo contrato para a manutenção dos helicópteros EH-101, cujos contornos foram operacionalizados pela DGRDN, uma vez que estava na esfera de decisão e competências dessa Direção-Geral”, conclui.
Marco Capitão Ferreira demitiu-se de secretário de Estado da Defesa a 7 de julho, no dia em que o Expresso noticiou que Capitão Ferreira terá contratado um “assessor fantasma” quando era presidente da holding das indústrias de Defesa, antes de entrar no Governo. Antes disso, foi conhecido que Marco Capitão Ferreira cobrou 61 mil euros ao Ministério da Defesa por serviços de assessoria que duraram cinco dias.
A 7 de julho, Capitão Ferreira foi também constituído arguido na sequência de buscas judiciais realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP) à sua residência e na DGRDN, no âmbito da Operação “Tempestade Perfeita”.
(Notícia atualizada pela última vez às 19h18)
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