DeSantis desfaz ambiguidade e admite que “é claro” que Trump perdeu eleições de 2020
Após anos de respostas ambíguas sobre o tema, o candidato presidencial republicano e governador da Florida, Ron DeSantis, assumiu, em definitivo, que o rival Donald Trump perdeu as eleições de 2020.
O candidato presidencial Republicano e governador da Florida, Ron DeSantis, assumiu, em definitivo, que o rival Donald Trump perdeu as eleições norte-americanas de 2020, após anos de respostas ambíguas sobre este tema.
“É claro que perdeu. Joe Biden é o Presidente”, frisou DeSantis, numa entrevista à estação NBC News publicada na segunda-feira. DeSantis sempre evitou perguntas sobre se acreditava que os resultados das eleições de 2020 eram legítimos.
Nos últimos dias, no entanto, o governador da Florida começou a questionar publicamente as alegações, sem provas, que Trump e os seus aliados divulgaram sobre a legitimidade da vitória eleitoral do Democrata Joe Biden.
Na semana passada, Trump foi acusado pelo procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, de quatro crimes relacionados com os seus esforços para anular os resultados da eleição de 2020, que antecedeu a violenta invasão do Capitólio dos EUA, em 06 de janeiro de 2021, por apoiantes do magnata republicano.
A mudança de retórica de DeSantis ocorre numa fase em que Trump procura redefinir a sua campanha para a corrida à Casa Branca em 2024. Trump continua amplamente popular junto da base do Partido Republicano e é o favorito nas primárias presidenciais do partido no próximo ano.
Durante a entrevista, DeSantis começou por não dar uma resposta clara quando questionado sobre se Trump perdeu, referindo: “Quem coloca a mão na Bíblia em 20 de janeiro a cada quatro anos é o vencedor”. Mas o conservador deu uma resposta mais direta quando pressionado novamente.
O governador da Florida expressou também as suas preocupações sobre os métodos de votação da eleição de 2020, criticando a votação pelo correio e a chamada “recolha de votos”. Mas, como outros Republicanos, garantiu que adotará os métodos que criticou. “Nós também vamos fazer isso. Não vamos lutar com uma mão amarrada nas costas”, frisou DeSantis.
DeSantis entrou na campanha como alguém que pode implementar com maior sucesso a política de Trump, rival que tem criticado embora com cautelas. No mês passado, DeSantis referiu que Trump deveria ter feito uma condenação mais forte ao ataque de 6 de janeiro, acrescentando que a invasão do Capitólio não foi uma insurreição, mas um protesto que “acabou por evoluir de uma forma que foi lamentável”.
O governador da Florida defendeu também que os Republicanos perderão em 2024 se estiverem focados nas eleições anteriores e nos problemas judiciais do ex-presidente. Trump está também indiciado de falsificar documentos comerciais num caso que envolveu a atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem o ex-presidente teve um caso em 2006, num processo que decorre em Nova Iorque.
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