Violento incêndio em Odemira agita turismo e economia local
O empreendimento Teima, em São Teotónio, foi destruído pelas chamas e outros foram evacuados. As autoridades consideram ser prematuro avançar com valor dos prejuízos.
O violento incêndio que está a fustigar a região de Odemira e a alarmar a comunidade, por não dar tréguas desde sábado, está a causar grande agitação no turismo e restauração com pelo menos um empreendimento turístico destruído pelas chamas, crescente evacuação e consequente realojamento de turistas para Vila Nova de Milfontes e até Porto Covo, assim como restauração fechada. Autarquia e agentes de economia local garantem ser prematuro avançar com valores dos prejuízos, que se estimam avultados.
O empreendimento turístico TEIMA, em Vale Juncal, São Teotónio, foi um dos locais destruídos pelas chamas. “Queridos amigos e clientes. É com um enorme desgosto que vos venho contar que a nossa TEIMA hoje foi consumida pelas chamas. Talvez uma das casas resista. Ainda não sabemos. Não houve um bombeiro a defender-nos”, lê-se na página de Facebook do empreendimento turístico. Mais, continua, “a nossa tristeza e revolta é incomensurável. Vamos ter de fechar por uns meses. Espero que… até breve”.
Em declarações ao Local/Online, Mónica Mcgill, presidente da direção da associação Casas Brancas – turismo rural do sudoeste alentejano e Costa Vicentina e com 60 associados – assegura ser ainda “cedo e difícil quantificar os prejuízos” resultantes do incêndio que atingiu a região. Na realidade, frisa, “não se sabe o valor dos prejuízos, pois as pessoas ainda não tiveram tempo para fazer contas à vida“.
“O que sabemos é que as casas, situadas em zonas mais perigosas e onde estavam turistas hospedados, foram evacuadas pelas autoridades; outras pessoas ficaram assustadas e saíram antecipadamente, e outras foram avisadas para já não virem para as unidades turísticas”, conta Mónica Mcgill.
A presidente da associação Casas Brancas elenca outros casos de unidades de turismo rural em São Teotónio, de onde os turistas também tiveram de “fugir” das chamas, como Craveiral Farmhouse by Belong staying and feeling, “com mais de 30 casas, e a unidade Pé no Monte, com duas dezenas de casas rurais”.
Mónica Mcgill adianta ainda ao ECO que “alguns restaurantes ficaram ontem sem poder trabalhar, na zona da Zambujeira do Mar, porque houve corte de luz”.
O incêndio, que já progrediu para Monchique, Aljezur e Odeceixe, continua a mobilizar cerca de 1.000 operacionais, apoiados por 322 veículos e 16 meios aéreos, de acordo com a Proteção Civil.
Já arderam 7.000 hectares e foram evacuadas 20 povoações e um parque de campismo, num total de 1.424 pessoas deslocadas. Há registo de 40 pessoas assistidas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
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