Ex-Goldman Sachs nomeado primeiro-ministro de Montenegro

O Presidente de Montenegro encarregou esta quinta-feira o líder de um partido pró-europeu, Milojko Spajic, de formar o novo governo do país dos Balcãs, que está a negociar a adesão à União Europeia (UE). “Espero responsabilidade e rapidez da parte de Spajic e de todos os atores políticos envolvidos nas negociações para a formação de um novo Governo”, declarou Jakov Milatovic, numa conferência de imprensa na capital, Podgorica.

O movimento “Europa Agora!” obteve pouco mais de um quarto dos votos nas eleições de 11 de junho, mas Spajic afirma que conta com o apoio de 44 dos 81 deputados do parlamento montenegrino. As legislativas realizaram-se dois meses após a derrota histórica nas eleições presidenciais do político veterano Milo Djukanovic, que dirigiu Montenegro durante mais de 30 anos.

“Acredito que Montenegro precisa atualmente de um Governo estável com um perfil indiscutivelmente europeu”, acrescentou o chefe de Estado, citado pela agência francesa AFP. Economista, ex-quadro do Goldman Sachs e antigo ministro das Finanças, Milojko Spajic, 35 anos, tem 90 dias para formar o executivo e submetê-lo a votação no parlamento.

A composição do Governo dará uma ideia da direção a seguir pelo país de 620 mil habitantes, que parece estar a entrar numa nova era política com a chegada de uma nova geração de dirigentes. Jakov Milatovic, 36 anos, que derrotou Djukanovic nas eleições presidenciais de abril, é cofundador, com Spajic, do partido “Europa Agora!”.

Criado em 2022, o novo partido, acusado de populismo, atraiu os eleitores, nomeadamente os jovens, prometendo salários e pensões mais elevados e reformas. Membro da NATO desde 2017, a República de Montenegro tem vindo a negociar a adesão à UE desde 2010, mas a paralisia das instituições políticas estava a dificultar a aproximação.

Desde as eleições legislativas de 2020 e a primeira derrota do Partido Democrático dos Socialistas (DPS) de Milo Djukanovic, o país conheceu sucessivas crises, segundo a AFP. Nenhum dos lados conseguiu encontrar uma maioria estável e dois governos foram derrubados por moções de censura.

A República de Montenegro tornou-se um Estado soberano depois de cerca de 55% da população ter optado pela independência num referendo realizado em maio de 2006. O referendo marcou o fim da antiga União da Sérvia e Montenegro, criada poucos anos antes a partir do que restava da antiga Jugoslávia.