CEDEAO aprova “ativação imediata” de força militar para restaurar democracia no Níger
O presidente eleito Mohamed Bazoum está detido, na companhia da família, no palácio presidencial desde a sua deposição. Em caso de intervenção militar, junta ameaça executá-lo.
O presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Omar Alieu Touray, ordenou esta quinta-feira a “ativação imediata” de uma força regional para “restaurar a ordem constitucional” no Níger.
“Ordeno a ativação da força de prontidão da CEDEAO com todos os seus elementos imediatamente”, disse Touray em Abuja, durante uma cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo do bloco regional para encontrar uma solução para a crise no Níger na sequência do golpe de Estado de 26 de julho. O anúncio de envio da força militar consta das resoluções lidas no final da cimeira.
O único ponto de ordem de trabalhos da reunião, que junta chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da CEDEAO era o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional. Esta é a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho.
Todos os presidentes do bloco da África Ocidental participam nesta cimeira, com exceção da Gâmbia, da Libéria e de Cabo Verde, que enviaram representantes. Os presidentes do Burundi e da Mauritânia, que não são membros da CEDEAO, mas foram convidados pela organização, também participam na cimeira e estão igualmente presentes representantes da Argélia, da Líbia, da Organização das Nações Unidas e da União Africana.
A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri. No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.
A junta militar no poder no Níger ameaçou, entretanto, executar o Presidente deposto se os países vizinhos consumarem uma intervenção militar, segundo disseram funcionários ocidentais, sob condição de anonimato.
A ameaça, divulgada pela agência Associated Press (AP), foi transmitida à subsecretária de Estado norte-americana Victoria Nuland durante a visita que fez a Niamey esta semana, disse um oficial militar ocidental, sob anonimato devido à sensibilidade da situação.
Bazoum está detido, na companhia da família, no palácio presidencial desde a sua deposição.
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