BRANDS' TRABALHO No que se refere à IA, deixemo-nos de futurologias e fatalismos

  • BRANDS' TRABALHO
  • 16 Agosto 2023

A IA tem estado na ordem do dia e ferramentas como o Chat GPT têm-se tornado protagonistas de conversas. Entre descobertas e até especulação, as opiniões quanto ao futuro do trabalho dividem-se.

Afinal, “os robôs vão mesmo substituir-nos?”, ou haverá outra forma de perspetivar o que aí vem? Perante estes desenvolvimentos tecnológicos que acontecem à velocidade da luz, devemos sentir-nos preocupados e ameaçados, ou entusiasmados e otimistas?

No contexto empresarial, o tópico da IA vai chegando a cada vez mais organizações, sendo que muitas optam por identificar aqui uma oportunidade para os seus negócios. Um estudo da IDC refere que, em Portugal, o investimento em processos de automação e analytics ultrapassou os 30 milhões de euros no ano passado, e que vai continuar a crescer em média 18% todos os anos, até 2025. Ora, isto dá-nos já algumas pistas sobre a relevância que este tema vai ter a curto e médio prazo.

Perante estes dados e com base no que fomos aprendendo no passado, também eu acredito que devemos abordar a Inteligência Artificial com uma visão positiva e otimista. Se, para as empresas, existe aqui uma oportunidade para potenciar a inovação e a diferenciação, maximizar a eficiência e diminuir os custos, enquanto profissionais, podemos, por exemplo, considerar a possibilidade de reduzir tarefas monótonas e rotineiras, às quais não é possível acrescentarmos verdadeiramente valor, e de orientar o nosso tempo e competências para outras tarefas mais atrativas, motivantes e desafiantes.

Afinal, não nos podemos esquecer que a questão da transformação digital – e, mais especificamente, da automatização – não é nova. Nas últimas duas ou três décadas, o mercado de trabalho sofreu mudanças profundas, transversais aos mais diversos setores e áreas de atividade. No entanto, a verdade é que, ainda que tenhamos assistido à extinção de algumas funções e profissões, que deram lugar à tecnologia e automatização, fomo-nos adaptando ao contexto e acabou por haver uma reorientação do talento para outras áreas, que permitiam acrescentar mais valor.

Neste momento, a grande diferença é que tudo está a acontecer e a evoluir de uma forma muito mais rápida. Quase todos os dias, conhecemos algum tipo de inovação que, há dois ou três anos, julgaríamos inconcebível e digno de um filme de ficção científica. Quase todos os dias, damos por nós a questionar que tipo de implicações é que determinada tecnologia ou ferramenta pode ter para o futuro.

Empresas e colaboradores colocam estas questões, mas também já vão começando a encontrar respostas. Muitos dos processos de transformação por que as organizações têm vindo e estão ainda a passar levam a que o tipo de perfis profissionais procurados também se transforme. A título de exemplo, identificamos já um foco crescente na procura por competências relacionadas com a IA, data science e data analytics, competências essas que poderão servir de base para se repensar e otimizar processos de negócio, tendo em conta as novas tecnologias disponíveis.

Há, portanto, aqui, uma porta que se abre – para a descoberta, para a inovação e, sobretudo, para importantes aprendizagens de parte a parte. Mesmo com a pressão do tempo, existe espaço de manobra para que empresas e profissionais se adaptem a esta nova realidade. A palavra-chave deverá ser “requalificação”, quer dos negócios, quer do próprio talento.

Rute Belo, National Senior Manager da área de Recrutamento e Seleção Especializado da Multipessoal

Rute Belo, National Senior Manager de Recrutamento e Seleção Especializado na Multipessoal

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

No que se refere à IA, deixemo-nos de futurologias e fatalismos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião