Líder da Timor-Leste ausente da cimeira da CPLP
José Ramos Horta nomeou a presidente do parlamento nacional, Maria Fernanda Lay, para representar o país. Cimeira terá lugar em São Tomé e Princípe.
O Presidente de Timor-Leste foi o único, dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que confirmou não estar presente na próxima cimeira da organização, este mês, disse esta sexta-feira à Lusa fonte oficial.
“As agendas nacionais e também regionais do Presidente de Timor-Leste e do primeiro-ministro, que tomou posse também há bem pouco tempo, não permitem a sua presença na próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo em São Tomé e Príncipe”, afirmou Zacarias da Costa.
Por isso, José Ramos Horta nomeou a presidente do parlamento nacional, Maria Fernanda Lay, para representar o país, acrescentou o secretário-executivo da organização, também timorense e que tomará posse para um segundo mandato no cargo na próxima cimeira.
Zacarias da Costa falava à Lusa no final da reunião do Comité de Concertação Permanente da CPLP (habitual encontro mensal dos embaixadores dos nove Estados-membros em Lisboa), quando faltam poucos dias para a realização da próxima Cimeira de chefes de Estado e de Governo. Mas realçou que neste momento a “maioria dos chefes de Estado já confirmou” presença no encontro de alto nível.
São os casos dos presidentes do Brasil, Lula da Silva, de Angola, João Lourenço, de Cabo Verde, José Maria Neves, Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o anfitrião do evento, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, referiu. “Quase todos os presidentes já confirmaram, à exceção de Moçambique, Guiné-Bissau (…) o que se deve ao facto de o primeiro-ministro do país ter tomado posse apenas há uns dias e estarem a aguardar ainda a formação do novo governo, o que acontecerá seguramente antes da cimeira”, frisou o secretário-executivo.
Quanto à Guiné Equatorial, Zacarias da Costa disse também não ter uma confirmação da presença do chefe de Estado daquele país, mas acredita que, como “está ali à porta”, numa alusão à proximidade em relação a São Tomé, o Presidente Teodoro Obiang só não irá “por razões de saúde”.
Antes de Zacarias da Costa, a embaixadora da Missão Diplomática de Timor-Leste junto da CPLP em Lisboa, Marina Ribeiro Alkatiri, que também participou na reunião do comité já tinha dito que o Presidente José Ramos Horta nomeara a presidente do parlamento para o substituir na cimeira e acrescentou que o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste também estará na cimeira.
Esta cimeira, que acontece de dois em dois anos, realiza-se em 27 de agosto, em São Tomé e Príncipe, sendo o país que acolhe a cimeira aquele que assume por dois anos a presidência rotativa da organização. O Presidente e o primeiro-ministro de Cabo Verde confirmaram na quinta-feira que participariam na XIV Cimeira da CPLP através do ministro das Comunidades cabo-verdiano, na capital são-tomense.
“Não tenho dúvidas que a melhor organização está sendo feita”, afirmou Jorge Santos, após um encontro com o primeiro-ministro são-tomense, acrescentando que o Presidente, José Maria Neves, e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, “hão de sentir-se em casa e é o que vai acontecer com Angola, com Portugal, com Brasil, com todos”.
“Existe uma grande expectativa com essa cimeira de chefes de Estado da CPLP aqui em São Tomé porque é a cimeira em que vamos definir o futuro”, disse Jorge Santos, referindo que depois dos avanços nas questões da mobilidade e da consolidação económica, é preciso definir “como consolidar isso em ações concretas, porque de discurso o mundo está cheio”.
O governante cabo-verdiano defendeu que é preciso ações concretas para pôr a economia e o comércio a funcionar para que a CPLP seja “acima de tudo uma comunidade de pessoas”. Na semana passada, o Presidente da República e o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe apelaram à união dos são-tomenses para acolher os participantes da XIV Cimeira da CPLP.
O chefe de Estado, Carlos Vila Nova, considerou que o tema “Juventude e Sustentabilidade”, que o país escolheu para a sua presidência da CPLP, remete “para uma reflexão profunda tendo em vista a necessidade de conciliar o desenvolvimento do país com a preservação do ambiente” e a consequente melhoria da qualidade de vida das populações. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
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