Falências de empresas na UE disparam para nível mais elevado desde 2015

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Agosto 2023

Entre abril e junho, o número de insolvências na União Europeia cresceu mais de 8%, contrariamente a Portugal, que registou uma diminuição de 2,8% das declarações de falência.

Os registos de novos negócios na União Europeia (UE) diminuíram ligeiramente entre abril e junho deste ano, enquanto as declarações de falência aumentaram pelo sexto trimestre consecutivo. De acordo com os dados publicados esta quinta-feira pelo Eurostat, o segundo trimestre viu o número de novas empresas reduzir 0,6% e o número de empresas a declarar insolvência crescer 8,4% face aos primeiros três meses do ano. Portugal, no entanto, está em contraciclo com o conjunto dos 27.

A tendência ascendente das declarações de falência teve início no primeiro trimestre de 2022. Mas, entre abril e junho, os números de insolvências atingiram mesmo “o nível mais elevado desde o início da recolha de dados em 2015”, aponta o gabinete estatístico europeu.

Já os registos de novas empresas, apesar de terem baixado ligeiramente no segundo trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior, têm estado, em 2023, a níveis superiores ao do período entre 2015 e 2022.

Registo de novas empresas e declarações de insolvência na UE entre 2015 e 2023. Fonte: Eurostat

Analisando a evolução dos indicadores por Estado-membro, entre os países para os quais há dados disponíveis, os maiores saltos em cadeia nos registos de novas empresas observaram-se na Irlanda (+50,9%), Eslováquia (+30,2%) e Alemanha (+9,6%). Polónia (-11,3%), Bulgária (-9,1%) e Dinamarca (-9%) contabilizaram as maiores diminuições quanto ao número de novos negócios.

Nas declarações de insolvência, Hungria (+40,8%), Letónia (+24,8%) e Estónia (+24,6%) destacam-se como os países com maiores aumentos em cadeia, enquanto no Chipre (-48,5%), Croácia (-23,6%) e Dinamarca (-15,9%) se verificaram os maiores recuos.

Em Portugal, houve um decréscimo de 2,8% das empresas que fecharam portas entre abril e junho face aos primeiros três meses do ano, depois de nesse período ter registado um aumento das insolvências de 10,5%. No número de novas empresas, Portugal teve um crescimento de 2,3%.

O Eurostat assinala também que, no segundo trimestre deste ano, o número de declarações de falência cresceu “em todos os setores” da economia europeia em comparação com o período de janeiro a março, tendo-se observado significativamente mais insolvências nos serviços de alojamento e restauração (+23,9%), nos transportes e armazenagem (+15,2%) e na educação, saúde e atividades sociais (+10,1%).

Comparando com o quarto trimestre de 2019, antes da pandemia, o número de empresas que fecharam portas na UE foi “superior” na maioria dos setores de atividade, com os maiores aumentos a registarem-se nos serviços de alojamento e restauração (+82,5%) e nos transportes e armazenagem (+56,7%). Apenas na indústria (-11,5%) e na construção (-2,7%) se verificou, no segundo trimestre deste ano, um número de declarações de falência inferior face aos últimos três meses de 2019.

Quanto aos registos de novos negócios, verificaram-se “pequenos aumentos” na maioria dos setores face ao primeiro trimestre deste ano, como por exemplo na informação e comunicação, atividades financeiras e de seguros, comércio, transportes, indústria e serviços de educação e saúde. Apenas a construção e os serviços de alojamento e restauração tiveram “diminuições moderadas”, segundo o gabinete europeu de estatística.

O registo de empresas manteve-se “em níveis mais elevados” do que antes da pandemia de Covid-19 na maioria dos setores da economia. Apenas nos serviços de alojamento e restauração e na construção foram registadas menos empresas no segundo trimestre deste ano do que no quarto trimestre de 2019.

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