Fenalac defende atual “remuneração do leite à produção”
“Ficou patente que as margens da produção de leite são muito reduzidas, sendo que no início do ano de 2021 foram mesmo negativas", recorda a Fenelac, que quer manter a atual remuneração do leite.
A Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (Fenalac) defendeu esta quinta-feira que o Observatório dos Preços, apresentado na quarta-feira, é um mecanismo determinante para promover políticas públicas “bem direcionadas e eficientes”.
O Observatório de Preços compara a evolução dos valores de um cabaz de 26 produtos alimentares representativos das fileiras dos cereais, frutas, legumes, carne, peixe, ovos, azeite e laticínios, tendo em alguns produtos a comparação de valores na produção e no consumo.
“Estamos convictos que o observatório será determinante para acompanhar os mercados e para a promoção de políticas públicas bem direcionadas e eficientes”, referiu a Fenalac, numa nota enviada à Lusa. Para a federação, este mecanismo é “de maior importância” para promover a transparência na formação de preços no agroalimentar.
No período de 17 de julho a 13 de agosto, o litro de leite de vaca ao consumidor custou, em média, 0,83 euros, acima dos 0,65 euros verificados no período homólogo, o que se traduz numa variação de 27,23%. Já no caso dos produtores individuais do Continente, o valor passou de 0,44 euros para 0,50 euros.
Na quarta-feira, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, participaram na reunião da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar, na qual foi apresentado o Observatório de Preços.
Segundo a Fenalac, neste âmbito, foi também apresentada a versão preliminar do estudo da cadeia de valor do leite UHT. “Ficou patente que as margens da produção de leite são muito reduzidas, sendo que no início do ano de 2021 foram mesmo negativas, razão pela qual nos parece evidente que os níveis atuais de remuneração do leite à produção não podem ser reduzidos”, apontou, vincando que qualquer alteração do preço do leite ao produtor coloca em causa a sobrevivência das explorações leiteiras.
A federação pediu também que sejam realizados estudos similares para a cadeia de valor de outros produtos lácteos, como o queijo. Através do observatório, é possível concluir, por exemplo, que o preço médio do azeite subiu mais de 63% no período de 17 de julho a 13 de agosto face ao período homólogo de 2022.
Com uma subida homóloga do preço médio próxima dos 50% esteve a laranja, cujo quilo custou em média ao consumidor 1,44 euros no período considerado, refletindo um acréscimo de 47,26% do que no mesmo período de 2022 e de 15,73% face ao anterior.
O quilo de cebola e de cenoura no consumo registou, por seu lado, uma subida do preço médio de 44,9% e 42,7% respetivamente, em termos homólogos, ainda que face às quatro semanas imediatamente anteriores registem ambos descidas (-6,7% e 4,6%, pela mesma ordem).
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