Confiança dos consumidores recua em setembro pelo segundo mês consecutivo na zona euro
“A economia da UE continua a mostrar resistência face aos choques formidáveis que sofreu nos últimos anos, mas perdeu dinamismo", admite a Comissão Europeia.
O indicador de confiança dos consumidores da zona euro e da União Europeia (UE) voltou a cair em setembro, pelo segundo mês consecutivo, continuando abaixo da média a longo prazo, divulgou esta quinta-feira a Comissão Europeia.
Uma estimativa provisória, publicada pela Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, indica que, em setembro, “o indicador de confiança dos consumidores diminuiu, pelo segundo mês consecutivo, tanto na UE – menos 1,6 pontos percentuais – como na área do euro – menos 1,8 pontos percentuais.
“Com um valor de -18,7 pontos percentuais na UE e de -17,8 pontos percentuais na zona euro, a confiança dos consumidores voltou a descer abaixo da sua média de longo prazo”, adiantam os serviços do executivo comunitário. Estes são dados divulgados todos os meses pela Comissão Europeia e têm por base inquéritos feitos aos consumidores.
O indicador de confiança dos consumidores deste mês é calculado com base em dados de inquéritos feitos em 25 países da UE – todos exceto a Irlanda e a Roménia –, entre 1 e 20 de setembro, abrangendo 97% no conjunto da União e 98% na área do euro do total das despesas de consumo final privado.
Em meados deste mês, a Comissão Europeia divulgou inclusive que a atividade económica muito fraca e o fraco consumo dos últimos meses na zona euro e UE, cenário que deverá manter-se, levou à revisão em baixa das projeções para crescimento económico em 2024, para 1,3% e 1,4%. Nas previsões económicas de verão, o executivo comunitário passou então a prever um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8% este ano na área da moeda única e no conjunto da UE e de 1,3% e 1,4%, respetivamente, no próximo ano.
Estas percentagens comparam com projeções de 1,1% para zona euro e 1% para UE em 2023 e de 1,6% e 1,7%, respetivamente, em 2024, de acordo com o que havia sido previsto nas previsões de primavera, divulgadas em maio passado. “A economia da UE continua a mostrar resistência face aos choques formidáveis que sofreu nos últimos anos, mas perdeu dinamismo. A atividade económica na UE foi muito fraca no primeiro semestre de 2023”, contextualizou a instituição.
Em causa está o cenário de tímido crescimento económico e de fraco consumo perante uma descida mais lenta da inflação e uma apertada política monetária.
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