Depósitos recuam pela primeira vez em três anos
A culpa é dos Certificados do Tesouro Poupança Mais e outras aplicações alternativas de poupança, cujas remunerações são mais atrativas.
Os depósitos das famílias portuguesas nos bancos no país caíram pela primeira vez nos últimos três anos, com o Banco de Portugal a justificar esta queda com a preferência por outras aplicações de poupança, como os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), que apresentam rentabilidades mais interessantes que os depósitos bancários.
No final de março, os depósitos nos bancos em Portugal totalizavam os 138,8 mil milhões de euros, refletindo uma quebra de 0,4%, a primeira queda anual desde 2014, segundo os dados do banco central.
“A redução dos depósitos reflete a preferência das famílias por aplicações alternativas para a poupança, nomeadamente, instrumentos de dívida pública”, explica a instituição liderada por Carlos Costa. “Contudo, nos depósitos a menos de dois anos, que representam mais de três quartos do total de depósitos de particulares, a taxa de variação anual é de 10,2%”, diz ainda.
Numa altura em que os depósitos bancários continuam a apresentar remunerações cada vez mais deprimidas, os portugueses têm procurado alternativas mais atrativas, reforçando a sua aposta em produtos de poupança e investimento como os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) ou as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV).
Em março, foram captados 464 milhões de euros nos CTPM, o que correspondeu ao crescimento mensal mais elevado desde janeiro de 2015. Totalizavam já os 12,53 mil milhões de euros no final daquele mês, superando pela primeira vez as aplicações nos tradicionais Certificados de Aforro.
Quanto às OTRV, o IGCP fechou em abril a quarta emissão destas obrigações, tendo captado 1.000 milhões na operação que pagava um prémio de 1,9%. Com isto, aumentou para 4.450 milhões de euros o financiamento obtido junto do retalho apenas com OTRV, depois das anteriores três emissões com este instrumento de dívida.
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