Emirates prefere novo aeroporto único e “suficientemente grande” em Lisboa
O presidente da Emirates diz que Portugal e as companhias aéreas beneficiariam com a construção de um novo aeroporto único em Lisboa. Em relação ao Porto, vai retomar a rota após o próximo verão.
“Sou uma pessoa que acredita no poder do hub“, diz Tim Clark, presidente da Emirates, para não deixar dúvidas sobre a opção que acha a mais apropriada para a solução aeroportuária para a região de Lisboa.
“Portugal não é um país grande, mas é um país muito potente, mas para ser muito honesto, é para Lisboa que a comunidade aérea internacional quer vir“, afirmou aos jornalistas numa mesa redonda no World Aviation Festival, que está a decorrer esta semana na Feira Internacional de Lisboa. “As low cost, claro, aceitariam outros pontos. Mas escolheria construir um aeroporto apenas para as low cost? Provavelmente não“.
“Se é para construir outro, construam grande o suficiente“, afirmou Tim Clark. “Não sei quem é o dono do terreno do aeroporto atual, mas é uma mina de ouro em termos imobiliários perto da cidade e que se poderia vender para ajudar a construir o novo aeroporto”.
Para o presidente da Emirates, se o aeroporto for bem pensado, Portugal pode “abraçar a tecnologia e eliminar muitos dos processos ineficientes do aeroporto atual“. O custo de construção, “em sintonia com o meio ambiente e com a energia que pode ser solar ou outra, traz uma oportunidade fantástica de abraçar a tecnologia, de construir um aeroporto tecnologicamente muito avançado do qual se possa orgulhar, não diria totalmente neutro em carbono, mas concebido para o século XXI e além, algo extremamente benéfico”.
As opções em cima da mesa para o reforço da capacidade aeroportuária da região de Lisboa são Portela + Montijo, Montijo + Portela, Campo de Tiro de Alcochete, Portela + Campo de Tiro de Alcochete, Santarém, Portela + Santarém, Vendas Novas, Portela + Vendas Novas e Rio Frio + Poceirão.
A Comissão Técnica Independente vai elaborar um relatório preliminar, que a coordenadora-geral Rosário Partidário afirma que será colocado em consulta pública até ao final do ano. Além da avaliação das opções para o novo aeroporto, serão também propostas medidas para a melhoria do Humberto Delgado. O relatório final era suposto ser entregue ainda em 2023, mas devido aos atrasos Rosário Partidário já admitiu que isso possa acontecer só em janeiro, para dar tempo à consulta pública.
Regresso ao Porto após o verão
Fundada em 1985, a Emirates opera para Portugal desde 2012 e é a única companhia aérea a fornecer voos regulares diretos entre o território nacional e os Emirados Árabes Unidos, um total de 14 todas as semanas. Tem também ofertas para destinos nos Estados Unidos em codesharing com a TAP.
Tim Clark explicou que o negócio a partir de Lisboa “está a correr mesmo bem, superando tudo que fazíamos antes da pandemia“. Os dois Boeing 777 na rota Dubai estão a operar com 80% a 85% de ocupação, com yields elevadas e a procura forte em termos de reservas para os próximos seis a nove meses.
“Não esqueçam, no entanto, que não podemos trazer um Airbus A380 para Lisboa, ao contrário do que acontece noutras cidades, pois o aeroporto não o permite”, lamentou. “Se pudéssemos traríamos”.
O problema do tamanho do aeroporto Humberto Delgado e a escassez dos slots não atinge apenas a Emirates, explicou, é geral. “Há companhias que querem entrar em Lisboa e não podem, a Emirates está aqui, temos dois slots muito preciosos“.
“A capacidade de ter mais slots, impulsionada pela capacidade de movimentação de pista e pela configuração deste pequeno aeroporto, relativamente falando, se há um problema, é esse o problema”, sublinhou Clark. “Para nós, com o sucesso desta operação teríamos três voos por dia“.
Recordou que Portugal tem crescimento de dois dígitos no turismo e “ou empurra o trânsito para o Porto, estivemos lá e voltaremos, ou para o Algarve”.
Em relação ao Porto, a expectativa é de retomar um voo diário para Dubai quando a Emirates receber novas aeronaves, o que deverá acontecer depois do verão de 2024. “O Porto está na lista, tal como Edimburgo e outras cidades europeias que tivemos de abandonar durante a pandemia.
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