Alemanha reforça controlos nas fronteiras com Polónia e República Checa
O objetivo do controlo das fronteiras com a Polónia e República Checa é "exercer a máxima pressão na procura de contrabandistas", avnaça ministra alemã.
A Alemanha anunciou esta quarta-feira o reforço dos seus controlos fronteiriços com a Polónia e com a República Checa para combater a imigração ilegal num contexto de aumento acentuado do número de pedidos de asilo. Este reforço assumirá a forma de controlos policiais que entrarão em vigor esta semana, informou a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser.
O objetivo deste plano é “exercer a máxima pressão na procura de contrabandistas”, bem como “proteger as pessoas que muitas vezes atravessam as fronteiras de forma ilegal”, acrescentou a ministra.
Entre os sinais de alarme social e as controvérsias com a Itália, na sequência do aumento do fluxo migratório em direção ao território italiano e do anúncio por Berlim de medidas não concertadas com Roma, a imigração voltou a ser um tema quente na Alemanha, forçando a coligação governamental de centro-esquerda a reagir.
A Polícia Federal alemã registou cerca de 71 mil entradas ilegais no país este ano, informou o Ministério do Interior, indicado que os principais países de origem são a Síria, o Afeganistão, a Turquia e o Iraque. Até agora, os únicos postos de controlo fixos para entrar na Alemanha estão na fronteira austríaca, um legado da crise migratória de 2015-2016, quando a maior economia da Europa acolheu mais de um milhão de refugiados.
Embora as relações com Roma tenham ficado recentemente tensas por causa do dossiê migratório, Nancy Faeser apelou aos países localizados nas fronteiras externas da Europa, incluindo a Itália, para “protegerem melhor as fronteiras” e “aplicarem os procedimentos” fornecidos por Bruxelas.
Berlim indicou em meados de setembro que deixaria de acolher migrantes que chegassem por Itália conforme previsto num plano de solidariedade europeu, em resposta à decisão de Roma de se desviar das suas obrigações de aceitar de volta requerentes de asilo rejeitados noutros países.
Sem esta boa cooperação, “as fronteiras abertas dentro da União Europeia (UE) estarão em perigo”, alertou Nancy Faeser. Estes anúncios surgem a menos de duas semanas das eleições regionais, que vão testar a popularidade do chanceler alemão, Olaf Scholz, na Baviera e em Hesse. A ministra do Interior alemã é candidata pelo Partido Social Democrata (SPD), força política de Olaf Scholz, em Hesse.
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