Companhias aéreas europeias instam UE a desenvolver produção de combustíveis sintéticos

  • Lusa
  • 12 Outubro 2023

As companhias aéreas da UE defendem que "o combustível sustentável é a única solução que temos a curto e médio prazo para descarbonizar a aviação".

As principais companhias aéreas europeias instaram esta quinta-feira a UE a desenvolver a produção de combustíveis sintéticos para as abastecer, sob pena de não conseguirem cumprir os objetivos climáticos. As companhias aéreas da União Europeia (UE) também recomendaram que a UE se dote de um controlo de tráfego aéreo mais eficiente, em vez de criar taxas verdes.

“O combustível sustentável (SAF) é a única solução que temos a curto e médio prazo para descarbonizar a aviação (…). Não precisamos de um mandato, precisamos de combustível, não temos SAF no mercado”, afirmou Luis Gallego, CEO do International Airlines Grooup, empresa-mãe da British Airways e da Iberia, numa conferência de imprensa.

As companhias aéreas da UE, representadas pela Airlines For Europe (A4E), afirmam que querem descarbonizar o setor, mas dizem que os desenvolvimentos legislativos não estão a ir na direção certa e não são acompanhados pelo investimento e ação necessários.

É o caso do novo regulamento RefuelEU, que obrigará as companhias aéreas que operam na UE a aumentar progressivamente a proporção de combustíveis sustentáveis nos tanques das aeronaves, começando com 2% em 2025, aumentando para 6% em 2030 e atingindo 70% a partir de 2035, e a começar a abastecer combustíveis sintéticos a partir de 2030. “Há um risco, sim, um grande risco” de não cumprir essa trajetória, disse Gallego.

Atualmente não existe produção para satisfazer essa procura, pelo menos na Europa, e existe também um “risco elevado de que o FFS que é produzido vá para outras indústrias”, como a indústria automóvel, onde países como a Alemanha e a Itália estão a abrir espaço para combustíveis sintéticos e biocombustíveis para salvar o motor de combustão para além de 2035.

“Eles têm outras possibilidades de descarbonização, na aviação só temos esta”, acrescentou Gallego.

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