Irão adverte que “ninguém pode garantir o controlo da situação” se Israel invadir Gaza
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão advertiu este domingo, em Doha, que "ninguém pode garantir o controlo da situação" se Israel lançar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão advertiu este domingo, em Doha, que “ninguém pode garantir o controlo da situação” se Israel lançar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.
A advertência está expressa num comunicado do ministério iraniano, divulgado na capital do Qatar na sequência da visita de Hossein Amir-Habdollahian, no quadro de uma digressão regional que o levou também ao Iraque, Líbano e Síria.
O chefe da diplomacia iraniana foi recebido pelo emir do Qatar, Tamim ben Hamad al-Thani, com quem discutiu “a evolução da situação nos territórios palestinianos”, segundo a agência noticiosa QNA.
A República Islâmica do Irão apoia financeira e militarmente o Hamas, o movimento islamita palestiniano que lançou um ataque sangrento contra Israel a 07 deste mês, desencadeando uma guerra na Faixa de Gaza, com a consequente retaliação militar israelita.
“Se os ataques do regime sionista contra a população indefesa de Gaza continuarem, ninguém pode garantir o controlo da situação e a perspetiva de um alargamento do conflito”, afirmou Amir-Habdollahian durante o encontro com o líder do Qatar, acrescenta o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Israel e os Estados Unidos temem a abertura de uma segunda frente no norte de Israel, na fronteira com o Líbano, se o Hezbollah, outro movimento apoiado pelo Irão, decidir intervir maciçamente na guerra entre Israel e o seu aliado palestiniano.
O ministro disse que as partes que querem “evitar que a crise se alastre devem impedir os ataques bárbaros do regime sionista”, de acordo com o comunicado de imprensa.
Amir-Abdollahian afirmou ainda que os altos dirigentes do Hamas, com quem se encontrou em Beirute e Doha nos últimos dias, consideram “a questão dos prisioneiros civis” como “uma prioridade da agenda” e que, “se as condições estiverem reunidas, tomarão as medidas adequadas”, acrescenta o comunicado.
Sábado, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, afirmou ser dever do mundo muçulmano apoiar o povo palestiniano e garantiu que os palestinianos “prevalecerão na guerra” contra Israel.
“Todos no mundo muçulmano têm o dever de apoiar o povo palestiniano. Com a graça de Deus, o movimento que começou na Palestina avançará e resultará na vitória completa dos palestinianos”, disse Khamenei, na rede social X (antigo Twitter), sublinhando que a Palestina e Gaza são “um exemplo da força do Islão”.
Terça-feira, Khamenei afirmou que os palestinianos estão orgulhosos do ataque surpresa contra Israel e, paralelamente, negou qualquer envolvimento do Irão no conflito.
“Beijamos a testa e as mãos dos líderes inteligentes e qualificados que organizaram esta operação e a juventude palestiniana. Estamos orgulhosos deles”, disse o ayatollah Khamenei.
O Irão e Israel têm mantido uma rivalidade que representa uma ameaça existencial mútua, uma vez que competem pela hegemonia regional e mantêm uma guerra secreta com ataques cibernéticos, assassínios e atos de sabotagens.
O Irão lidera o chamado Eixo da Resistência, uma espécie de aliança informal composta pela Síria, pelo grupo xiita libanês Hezbollah, por fações palestinianas, por milícias iraquianas e pelos rebeldes Houthi do Iémen, entre outros.
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