Dívida da Grécia sai do “lixo” numa das principais agências, 13 anos depois
A Standard & Poor's subiu a classificação da dívida helénica. É a primeira das três principais agências a retirar o país da classificação de alto risco.
A S&P Global colocou o rating da Grécia no nível de alto risco em abril 2010, no início da crise da dívida soberana europeia. Mais de uma década depois, o país saiu do “lixo”. Um passo determinante para a reabilitação junto dos investidores.
A notação atribuída à dívida grega subiu para “BBB-“, com uma perspetiva “estável”, anunciou a agência na sexta-feira. A S&P é a primeira das três majors a tirar o país do nível de elevado risco.
Basta que a Fitch ou a Moody’s tomem uma decisão idêntica para a Grécia regressar aos índices de obrigações de baixo risco, o que abriria uma pool de investidores muito mais alargada.
“A consolidação orçamental significativa colocou as contas públicas da Grécia numa trajetória de melhoria sólida. Apoiado por uma rápida recuperação económica, o governo grego tem conseguido superar os seus próprios objetivos orçamentais, apesar do aumento gradual das transferências sociais”, assinala a S&P Global no comunicado divulgado na sexta-feira à noite.
“Esperamos que o governo alcance um excedente primário de pelo menos 1,2% do PIB este ano, ultrapassando a sua meta de 0,7%, mesmo considerando o custo orçamental associado aos recentes incêndios florestais e inundações”, acrescenta a S&P Global.
O partido conservador grego Nova Democracia, do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, conseguiu a maioria absoluta nas eleições do final de junho. “O mandato claro e a possibilidade de evitar uma coligação potencialmente instável permitem ao governo continuar com reformas”, assinala a S&P Global.
A agência estima que o endividamento desça para 146% do PIB até ao final do ano, o que compara com um pico de 207% em 2020. Kyriakos Mitsotakis traçou como objetivo baixar da fasquia dos 140% do PIB em 2027.
A S&P Global projeta um crescimento de 2,5% da economia este ano e que evolua a um ritmo médio de 2,6% entre 2024 e 2026.
Antes mesmo do anúncio da S&P Global, o risco da dívida grega já vinha a baixar nos mercados, com as taxas implícitas na dívida a 10 anos a serem inferiores às dos EUA ou de Itália.
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Na sexta-feira, os títulos fecharam com uma yield de 4,357%, o que compara com os 4,923% das obrigações italianas e de 4,914 tas Treasuries.
A Grécia já tinha uma classificação de baixo risco em três agências de menor relevância no mercado: a japonesa Rating and Investment Information, a alemã Scope Ratings e a canadiana DBRS Morningstar.
A classificação atribuída pela S&P Global a Portugal é de “BBB+”, dois níveis acima da Grécia. A perspetiva passou a “positiva” a 8 de setembro.
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