Powell diz que Fed ainda não sabe se já fez suficiente no combate à inflação
O presidente da Reserva Federal não se quis comprometer com sinais para a decisão dos juros em dezembro. Jerome Powell diz que ainda não é claro se será necessário mais um aumento antes de cortar.
A pausa nas subidas das taxas de juro, iniciada pela Reserva Federal (Fed) em setembro, foi prolongada no primeiro dia de novembro, levando os jornalistas esta quarta-feira a questionar o presidente do banco central sobre o que irá acontecer em dezembro. A resposta de Jerome Powell foi clara: não sabemos.
“No Comité [de política monetária, FOMC, na sigla em inglês], estamos comprometidos em atingir uma posição de política monetária suficiente para travar a inflação até aos 2% gradualmente, e não estamos confiantes ainda que tenhamos chegado a essa posição“, disse Powell, em conferência de imprensa após a reunião em que foi decidida a manutenção das taxas de juro inalteradas no 5,25%-5,5%.
Na reunião do FOMC de setembro, o dot plot, gráfico que representa as avaliações dos membros do comité apontava para mais uma subida nas taxas de juro este ano, com 12 membros a indicarem que a Federal Funds Rate deverá terminar 2023 no intervalo de 5,5%-5,75%, com apenas sete a apostarem na manutenção dos níveis atuais.
Jerome Powell explicou esta quarta-feira que o dot plot é apenas uma coleção das opiniões individuais de cada membro e não representa um plano, sublinhando que está tudo em aberto para a reunião de dezembro.
“Não tomamos nenhuma decisão sobre reuniões futuras. Não tomamos uma decisão e não estamos confiantes neste momento de termos alcançado tal posição”, respondeu. “Não estamos confiantes sobre termos alcançado nem sobre não termos alcançado”.
O chairman sublinhou que tendo em conta as incertezas e os riscos, e “quão longe chegámos”, o comité está “avançar de forma cautelosa e vai continuar a tomar decisões reunião a reunião“.
Desde março de 2022, a Fed aumentou as taxas diretoras de 0,25% para o valor mais elevado em mais de duas décadas nos 5,5% para controlar a taxa de inflação que, desde o pico de 9,1% em junho do ano passado, caiu para 3,2% em julho antes de acelerar ligeiramente para 3,7% em agosto e setembro.
Perto do fim, mas cedo para cortes
Powell referiu ainda que a Fed estará perto do fim do ciclo de subidas das taxas de juro, mas vincou que a principal questão neste momento é se faz mais um aumento.
Questionado se uma pausa mais prolongada poderá levar a Fed a antecipar o timing do início dos cortes nas taxas de juro, Powell disse que o assunto nem foi discutido.
“O facto é que o Comité não está de todo a pensar em cortes nas taxas neste momento. Ainda estamos muito concentrados na primeira questão, ou seja, se conseguimos uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação para 2% ao longo do tempo de forma sustentável”, explicou.
“A próxima questão, como vocês sabem, será: por quanto tempo continuaremos restritivos? Dissemos que manteremos uma política restritiva até estarmos confiantes de que a inflação está num caminho sustentável até 2%. Essa será a próxima pergunta”, disse.
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