Grupo Nors põe à venda negócio de automóveis da Auto Sueco. Tem seis concessionários e 190 trabalhadores
Outras mãos vão conduzir o mais antigo concessionário da Volvo, que representa ainda Mazda, Honda, Jaguar e Land Rover. Grupo “foca” na mobilidade pesada e nos equipamentos de construção e agrícolas.
A Nors colocou à venda a operação da Auto Sueco Automóveis, a empresa do grupo que atua no mercado de retalho de automóveis ligeiros de passageiros em Portugal. Esta operação representa atualmente 2,5% do volume de negócios da multinacional com sede no Porto, que no ano passado ascendeu a 2.700 milhões de euros em termos agregados.
Em declarações ao ECO, o grupo liderado por Tomás Jervell, que fechou o último exercício com lucros de 115,5 milhões de euros, confirma que “decidiu focar a sua atividade nos setores da mobilidade pesada (camiões e autocarros), dos equipamentos de construção e dos equipamentos agrícolas, definidos como estratégicos para os próximos anos”.
Com cerca de 190 funcionários em Portugal, a operação da Auto Sueco Automóveis engloba neste momento seis concessionários localizados de norte a sul do país – está em Braga, Guimarães, Porto, Vila Nova de Gaia, Queluz e Almada -, representando as marcas Volvo, Mazda, Honda, Jaguar e Land Rover.
Decidimos focar a atividade nos setores da mobilidade pesada (camiões e autocarros), dos equipamentos de construção e dos equipamentos agrícolas, definidos como estratégicos para os próximos anos.
Neste ramo de atividade, além de Portugal, o grupo conta apenas com uma operação em Angola, que “decidiu manter”, esclarece a Nors. Através de fonte oficial, o histórico grupo nortenho salienta que este processo de alienação “encontra-se ainda numa fase inicial” e que não tem “datas confirmadas para a sua conclusão”.
Fundada em 1933 pelo avô de Tomás Jervell, que em 2009 trocou o cargo de administrador financeiro pela liderança máxima do grupo, em substituição do pai, a antiga Auto Sueco – a designação do grupo mudou para Nors em 2013 – é a mais antiga concessionária da Volvo no país.
Aliás, a empresa portuguesa foi mesmo a primeira importadora privada da Volvo no mundo, quando esta marca só levava sete anos no mercado. E foi a pedido do grupo de origem sueca que em 1989 deu o primeiro passo na internacionalização, ficando nessa altura com o comércio de automóveis e camiões em Angola.
Das máquinas para construção às aquisições agrícolas
Detida pelas famílias Jervell (maioritária) e Jensen, o grupo Nors tinha no final do ano passado um total de 4.227 trabalhadores, dos quais mais de mil em Portugal. Está presente em 17 países: Portugal, Espanha, Áustria, República Checa, Eslováquia, Roménia, Hungria, Croácia, Brasil, Turquia, Angola, Moçambique, Botswana, Namíbia, México, EUA e Canadá.
O mercado mais valioso é o Brasil, no qual explora as três principais áreas de negócio (camiões, máquinas para a construção e equipamentos agrícolas). A seguir surge o Canadá, apesar de operar ali apenas na área da construção e de ser o mais recente no portefólio. No início de 2020, a poucas semanas do início da pandemia, pagou 132 milhões de euros pela cotada StrongCo Corporation.
O negócio dos equipamentos de construção (desde retroescavadoras e pás carregadoras a camiões articulados para as minas) é o que mais pesa no total (65%). Uma área em que começou a operar em 1970, em Portugal, através da participada Ascendum, tendo agora a distribuição das máquinas para a construção da marca Volvo em 11 países, incluindo nos EUA.
Em termos de categorias, seguem-se os camiões (35%). No entanto, como o ECO avançou em outubro, é na área dos equipamentos agrícolas que o grupo Nors está a negociar a aquisição de duas empresas na Alemanha e nos Estados Unidos, esperando concluir estes “investimentos significativos, de várias dezenas de milhoes de euros” até ao final de 2024.
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