PS “não vai passar os próximos quatro meses a discutir um processo judicial”, diz Pedro Nuno Santos

  • Ana Petronilho
  • 13 Novembro 2023

O ex-ministro formaliza candidatura à liderança do PS num "momento especialmente difícil" para o partido. Pedro Nuno diz que não vai passar os próximos "meses a discutir um processo judicial".

Sem surpresas, Pedro Nuno Santos apresenta a sua candidatura a secretário-geral do PS num “momento especialmente difícil para o partido”, frisando que os socialistas conhecem os seus “erros e cicatrizes”. E dá uma garantia: o “PS não vai passar os próximos quatro meses [até às eleições legislativas marcadas para 10 de março] a discutir um processo judicial”.

“Uma investigação judicial ditou o fim do governo. É um momento difícil para a nossa democracia e para o nosso partido, em particular”, vincou Pedro Nuno Santos que reconhece que “os acontecimentos da passada semana abalaram as instituições”.

As declarações de Pedro Nuno Santos foram feitas durante a apresentação da candidatura ao cargo de secretário-geral do PS, na sede nacional do partido, em Lisboa, onde chegou acompanhado por Francisco Assis e estavam dezenas de militantes e simpatizantes na sala. O ex-governante saiu do Executivo há 11 meses, no seguimento da polémica da indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis, ex-secretária de Estado do Tesouro, que resultou numa comissão de inquérito no Parlamento.

Já em tom de campanha eleitoral e num discurso direcionado para o país, o ex-governante diz que “há muito por fazer, e que são muitos os problemas que afligem as famílias”, não deixando, no entanto, “esquecer o legado que é deixado ao país pelos governos liderados por António Costa”, que classifica como “um dos melhores políticos portugueses” que conheceu.

Com um caderno de encargos de “três preocupações centrais” – aumentar salários, apostar na habitação com custos acessíveis e valorizar o território –, Pedro Nuno Santos fez saber que vai apresentar aos socialistas e ao país as suas ideias durante os próximos meses, “para dar resposta aos problemas e anseios dos portugueses defendendo que a direita “não tem credibilidade” e “não cumpre as suas promessas nem faz o que apregoa” quando diz “que quer baixar impostos, aumentar pensões ou recuperar o tempo de serviço dos professores”.

Na sala marcaram ainda presença o ministro da Educação, João Costa, o único membro do Executivo a ir ao Rato, e vários deputados socialistas como os vice-presidentes da bancada Rui Lage e Carlos Pereira, assim como a parlamentar Isabel Moreira, a que se soma a presidente da Associação de Municípios e autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro. Há vários anos que Pedro Nuno Santos – um dos jovens turcos – tem sido apontado como um dos prováveis sucessores de António Costa aos comandos do partido, posicionando-se na ala esquerda dos socialistas.

Também marcaram presença a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes e o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, o ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o seu ex-chefe de gabinete e ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes, o ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto João Paulo Rebelo, o líder da JS, Miguel Costa Matos, e a sua antecessora neste cargo Maria Begonha. Também o ex-adjunto de Galamba, Frederico Pinheiro, assistiu ao discurso de Pedro Nuno Santos no Largo do Rato, assim como o dirigente da UGT, José Abraão e a líder das mulheres socialistas, Elza Pais.

Nos dois Governos PS, Pedro Nuno Santos, assumiu os cargos de ministro das Infraestruturas e Habitação e de ex-secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Foi ainda secretário-geral da Juventude Socialista entre 2004 e 2008. Como adversário na corrida pela liderança do partido, tem, para já, José Luís Carneiro, deputado eleito por Aveiro, ministro da Administração Interna e ex-secretário-geral adjunto do PS, que está associado à ala moderada.

Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para afastar “conflitos artificiais” entre as alas “centrista moderada” e “esquerda radical” e apelar à união do partido – assumindo-se “herdeiro” dos fundadores Mário Soares, Manuel Alegre, Salgado Zenha, António Arnaut, António Guterres e Jorge Sampaio –, lembrando que “só com o Partido Socialista unido e forte” será possível “melhorar as condições de vida e dar esperança no futuro à esmagadora maioria das pessoas”.

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