Metrobus da Boavista custa mais dez milhões. Fatura nas quatro obras do Metro do Porto já subiu 32%
“Expressivo aumento” dos custos da mão-de-obra, materiais de construção e energia sobe fatura do metrobus para 77 milhões. No total, as quatro obras em curso do Metro do Porto custam mais 250 milhões.
A linha de metrobus (BRT) que está a ser construída entre a rotunda da Boavista e a Praça do Império, no Porto, vai custar 76 milhões de euros, mais dez milhões do que a estimativa que tinha sido feita há três anos, “suportada em estudos e rácios correntes para este tipo de obra”.
A Resolução aprovada em Conselho de Ministros a 2 de novembro, poucos dias antes da demissão de António Costa, justifica a revisão com o “expressivo aumento” dos custos relativos à mão-de-obra, matérias-primas, materiais de construção, combustíveis e energia, que “impactam diretamente no valor global”.
“Além disso, o concurso público internacional para o fornecimento e manutenção de veículos BRT, infraestruturas de produção de hidrogénio verde e de energia elétrica de fonte renovável, culminou com a exclusão de todas as propostas recebidas, pelo que houve necessidade de preparar novo concurso, lançado em julho de 2023, com um preço base de 27.480.000 euros e cujas propostas válidas ficaram acima desse valor”, completa o diploma publicado em Diário da República esta sexta-feira.
Já era conhecido – e bem mais pesado – o acréscimo da despesa noutro investimento em curso da Metro do Porto: a Linha Rubi entre a Casa da Música e Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia), que inclui a construção de uma nova ponte sobre o Douro. Em maio, o Executivo socialista tinha autorizado a subida da dotação de 299 para 435 milhões de euros. A justificação foi semelhante.
A 6 de outubro, o conselho de administração da Metro do Porto aprovou a adjudicação da empreitada relativa à construção da Linha Rubi à “melhor proposta”, que foi apresentada pelo consórcio formado pela FCC Construcción, pela Contratas y Ventas e pela Alberto Couto Alves (ACA), no valor de 379,5 milhões de euros. A obra deverá estar concluída até ao final de 2026.
Custo das linhas Amarela e Rosa já vai em 511 milhões
Além destes dois projetos, englobados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Metro do Porto tem outras duas obras no terreno – a expansão da linha Amarela e a construção da nova linha Rosa – e que também ficaram mais caras. Após ter “luz verde” do Governo em julho, o custo total destes dois projetos de expansão da rede passou dos 407 milhões de euros previstos em 2020 para os 511 milhões de euros.
Ou seja, no total, os quatro projetos que a empresa pública nortenha tem atualmente em andamento na região da Invicta ascendem a 1.022 milhões de euros, 32% acima dos 772 milhões de euros que tinham sido orçamentados no arranque.
A expansão da Linha Amarela do Metro do Porto compreende uma empreitada entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, incluindo as estações de Manuel Leão e Hospital Santos Silva, bem como túneis, um viaduto e um Parque de Material e Oficinas (PMO).
Já a Linha Rosa, que está mais atrasada e só será inaugurada em 2025, terá um percurso totalmente subterrâneo entre São Bento e a Casa da Música. Contará com estações intermédias no Hospital Santo António e na Praça da Galiza, bem como um ramal de ligação ao tronco comum.
Há duas semanas, o executivo da Câmara do Porto aprovou, por maioria, informar o Governo e a Metro do Porto de que não poderá haver nova empreitada na cidade se não forem resolvidos os constrangimentos nas atuais frentes de obra. Pediu também uma avaliação do estado das obras em curso e uma auditoria à fiscalização e alterações de projeto, bem como às medidas de segurança implementadas nas várias frentes de obra.
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