BCG diz que Blockchain e metaverso são vantajosas para o setor segurador
Aumento das fontes de rendimento, prevenção de fraude, alcançar público jovem e aperfeiçoamento da avaliação do risco são algumas das vantagens de incorporar novas tecnologias no setor.
A empresa de consultoria americana Boston Consulting Group (BCG) lançou um relatório que assinala as vantagens que a incorporação das tecnologias de blockchain e metaverso podem trazer às seguradoras: começando por alcançar gerações mais jovens e reduzir as fraudes com seguros. Algumas empresas já abriram os braços a inovação, enquanto outras preferem manter os métodos tradicionais de operar.
A consultora concluiu que a maioria das seguradoras está preparada para adotar tecnologias do metaverso (realidade virtual e aumentada) e blockchain. e algumas gostariam de adotar estas tecnologias em todas as áreas de negócio.
É uma pretensão expectável, dadas as previsões de futuras receitas: prevê-se que as receitas relacionadas com a tecnologia de blockchain para o setor segurador passem de 425 milhões de dólares de 2022 para cerca de 37 mil milhões de dólares em 2030.
A BCG aponta 6 oportunidades estratégicas para desbloquear o valor comercial destas tecnologias.
Alargamento do portefólio
Ao integrar tecnologias de blockchain, as seguradoras podem diversificar as fontes de rendimento segurando ativos digitais como non-fungible-tokens (conhecido por NFT´s) e investimentos em criptomoedas, ou informação sensível, como chaves privadas, que autorizam transações de criptomoedas. As seguradoras podem ainda vender ferramentas de avaliação de riscos emergentes a concorrentes.
Os smart-contracts – programas na blockchain que asseguram que são cumpridas condições pré-determinadas também têm acesso a um registo de todas as transações realizadas no âmbito desse contrato – permitem às seguradoras expandir os seus portefólios. Por um lado, empresas podem criar novos tipos de apólice, acionados e desativados a pedido, por outro, podem ainda utilizar smart contracts para facilitar a criação de seguros de pequeno risco.
As novas tecnologias também carregam novos riscos que as seguradoras podem cobrir, como apólices para ataques cibernéticos e perdas de dados no metaverso.
Aumentar o alcance da marca
As seguradoras, ao incorporarem tecnologias do metaverso, abrem as portas a gerações mais jovens. Apostar no marketing em canais de realidade virtual e aumentada, colocando anúncios em espetáculos, e patrocinar torneios desportivos podem ajudar a alcançar uma camada populacional que, ainda que esteja exposta a riscos, permanece afastada de seguros tradicionais.
Aperfeiçoamento da avaliação do risco e processos de reclamações
Com a blockchain, as seguradoras conseguem ter acesso aos dados relativos ao histórico do objeto segurado, o que permite aperfeiçoar a avaliação de risco e as investigações de reclamações.
As seguradoras que já usam tecnologias de realidade aumentada nos seus processos de reclamação pedem ao cliente que utilize uma aplicação de realidade aumentada, que aponte para o sinistro e um perito de sinistros irá guiar, remotamente, o cliente. Aí serão simulados os efeitos de vários tipos de reparações que podem ser efetuadas para mitigar ou prevenir danos futuros e investigar o sinistro.
Além disso, tecnologia de realidade virtual permite às seguradoras criar um gémeo digital de um acidente e testar os resultados de vários cenários de risco, a fim de melhor avaliar o risco e prever os efeitos de ações preventivas.
Aumento da eficiência, deteção de fraudes e redução de custos
As tecnologias de realidade virtual e aumentada podem auxiliar as investigações de sinistros ao criar simulações de acidentes, podendo verificar a viabilidade da queixa feita. Casos os dados do objeto segurado estiverem na blockchain, a veracidade da queixa pode ser verificada recorrendo ao histórico público que o sistema proporciona e assim detetar fraudes, se estas existirem.
Segundo a consultora, há seguradoras a testarem sistemas automatizados de processamento de sinistros para que seja necessária pouca ou nenhuma intervenção humana.
Ecossistemas de confiança
De acordo com a BCG, a tecnologia blockchain permitirá fortalecer as relações de confiança entre as empresas do setor segurador, como as corretoras, resseguradoras, seguradoras e especialistas, se estas disponibilizarem dados de interesse partilhado, como as métricas de negócio e transações, na blockchain (onde é possível verificar o histórico dos dados e a sua autenticidade).
Formação e qualidade de vida dos trabalhadores
As formações profissionais poderão ser lecionadas em realidade virtual, espaço que beneficia os trabalhadores por poderem participar, simultaneamente, em sessões lecionadas por especialistas de todo o mundo. Outra vantagem para os trabalhadores e seguradoras desta inovação é proporcionar formação especializada aos profissionais da linha da frente através de simulações de interações com clientes.
Ademais, a eficiência na avaliação de sinistros pode ser potenciada com os peritos a avaliar em tempo real as condições de uma dada propriedade sem necessitar de estar lá presencialmente – um investigador pode enviar-lhe os dados e o perito pode avaliar em qualquer lado.
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