Efacec assina contrato de seis milhões de euros com comboios da Dinamarca
Este é o segundo contrato celebrado pela Efacec desde que tem um novo acionista aos comandos – o fundo alemão Mutares. Acesso a trade finance permitiu desbloquear contratos já em carteira.
A Efacec vai fornecer uma estação de carregamento dos novos comboios a baterias recentemente adquiridos na Dinamarca. Em causa está um contrato superior a seis milhões de euros assinado com a Midtjyske Jernbaner, operador ferroviário da região de Midtylland.
“A utilização de comboios elétricos com baterias permite a operação eletrificada de troços das redes ferroviárias, com menor densidade de tráfego, e onde a instalação de soluções tradicionais com catenária não se justifica do ponto de vista económico, acelerando a transição para uma operação mais ecológica”, explica a Efacec em comunicado.
Mas este não é o primeiro projeto da Efacec na Dinamarca. “A adjudicação deste projeto vem consolidar a presença da Efacec em importantes projetos de mobilidade na Dinamarca, nomeadamente o Metro Ligeiro de Odense, a expansão do Metro de Copenhaga, entre outros”, diz o presidente executivo da Efacec, citado no mesmo comunicado.
“Os resultados positivos do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos mercados nórdicos e a elevada qualidade de execução dos projetos, sustentam a confiança dos nossos clientes e dos seus consultores técnicos nas competências da Efacec, potenciando a realização de um projeto inovador e desafiante”, acrescenta Ângelo Ramalho.
Este é também o segundo contrato celebrado pela Efacec desde que tem um novo acionista aos comandos – o fundo alemão Mutares. O primeiro foi o fornecimento de dispositivos adicionais para três novos sistemas de automação e proteção, a instalar em subestações digitais durante o ano de 2024, bem como para as plataformas de testes laboratoriais e de formação do pessoal técnico e de engenharia da Rede de Transporte de Eletricidade francesa (RTE).
“A encomenda surge na sequência da qualificação bem-sucedida da fase piloto do projeto R#SPACE – “RTE’s Smart Protection Automation and Control Ecosystem”, que culminará com a entrada em funcionamento da primeira subestação digital inteligente em Ploeren, França”, anunciou a empresa, numa nota divulgada a 22 de novembro.
Com a venda da Efacec à Mutares, os bancos – depois de aceitarem um perdão de dívida de 29 milhões de euros – normalizaram a sua relação comercial com a empresa de Matosinhos, ao assegurarem 94 milhões de euros em trade finance ao longo de cinco anos. Estes empréstimos vão permitir à empresa desenvolver os projetos que já tinha em carteira, mas que não podia executar por os bancos lhe fecharem a porta apara além de tentar angariar outros.
O Estado assumiu perdas de 200 milhões de euros do passado e, no acordo de venda ao fundo alemão, assinado a 1 de novembro, entrou com 159 milhões, um montante que espera vir a recuperar no futuro.
Os 200 milhões de euros perdidos são os suprimentos injetados na empresa mensalmente, à razão de dez milhões de euros por mês. E os 159 milhões de investimento final do Estado representam um investimento de 201 milhões de euros — serviram também para pagar a dívida que os bancos tinham junto da empresa e que não foram alvo de haircut — aos quais se somam mais 30 milhões para o pagamento de contingências, ou seja, para resolver eventuais litígios no âmbito dos vários contratos que a empresa tem.
Mas a este montante é necessário retirar os 72 milhões de euros de garantias que tinham sido prestadas pela Norgarante à Efacec no passado e que foram libertados.
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