Acordo da Farfetch com a Richemont cai por terra com compra por sul-coreanos da Coupang
A Richemont, fabricante das joias Cartier e dos relógios IWC, tinha anunciado em agosto de 2022 a venda de uma posição de 47,5% na retalhista de artigos de luxo online YOOX Net-A-Porter à Farfetch.
A Richemont, fabricante das joias Cartier e dos relógios IWC, decidiu cancelar a parceria fechada com a Farfetch no verão do ano passado, na sequência do anúncio da oferta de aquisição pela sul coreana Coupang, esta segunda-feira.
“Em resultado da operação prevista anunciada pela Farfetch a 18 de dezembro de 2023, os acordos com a Farfetch subjacentes às operações anunciadas em agosto de 2022 não podem ser concluídos”, refere Richemont num comunicado ao mercado esta segunda-feira.
Por conseguinte, a Richemont, a Farfetch e a Symphony Global, um dos veículos de investimento do Sr. Mohamed Alabbar, puseram termo aos acordos relativos à venda de uma participação maioritária na Yoox Net-a-Porter Group (YNAP) à FARFETCH e à Symphony Global, à adoção da plataforma Farfetch Platform Solutions (“FPS”) pela maioria das Maisons Richemont e pela YNAP, bem como à abertura de concessões electrónicas no mercado Farfetch por várias Maisons Richemont”.
A empresa liderada por José Neves anunciou, em agosto do ano passado, que se preparava para comprar uma participação de 47,5% na retalhista de artigos de luxo online YOOX Net-A-Porter (YNAP) à Richemont. O acordo entre Richemont, Farfetch e Symphony Global abria o caminho, através de um mecanismo de opções de compra e venda, à possibilidade de a empresa fundada por José Neves vir a adquirir as restantes ações na YNAP.
No mesmo comunicado divulgado esta tarde, a empresa suíça de artigos de luxo adiantava ainda que na sequência da transação anunciada esta segunda-feira pela Farfetch, “é razoável prever que os 300 milhões de dólares de títulos sénior convertíveis emitidos pela Farfetch Limited à Richemont em novembro de 2020 não serão reembolsados. O valor contabilístico destas notas nas contas da Richemont ascendia a 218 milhões de euros em 30 de novembro de 2023.”
A Richemont adianta ainda que não tem qualquer obrigação financeira para com a empresa luso-britânica e não prevê investir na Farfetch. Concluída a parceria com a Farfetch, a empresa suíça refere que vai continuar a operar nas suas próprias plataformas e não cedeu qualquer concessão à Farfetch nos seus Marketplace.
Na sequência do fim da parceria com a empresa criada por José Neves, a Richemont vai agora considerar outras alternativas para prosseguir a concretização da sua visão do novo retalho de luxo.
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