Endividamento das famílias voltou a cair em outubro, mas está a crescer nas empresas

O endividamento do setor não financeiro caiu, mas as empresas privadas destoaram ao aumentar os níveis de endividamento, segundo o Banco de Portugal.

O endividamento das famílias recuou pelo terceiro mês consecutivo em outubro, sendo que já tem vindo a desacelerar desde agosto de 2022. Já o endividamento das empresas tem tido uma tendência menos definida, tendo crescido em outubro depois de dois meses de variações nulas, revelam os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta quinta-feira.

Enquanto o endividamento das empresas privadas subiu 1,1 mil milhões de euros, entre os particulares decresceu 0,1 mil milhões de euros, indica o banco central.

Começando pelas famílias, é possível verificar que “o endividamento dos particulares manteve uma tendência de queda tendo decrescido 0,4% relativamente ao período homólogo, após uma redução em setembro de 0,2%”, como se lê no destaque do BdP.

A evolução mostra que depois de um pico no verão do ano passado, o endividamento das famílias tem vindo a abrandar e nos últimos três meses já registou variações negativas face ao mesmo período do ano passado. Este desempenho dá-se depois de uma trajetória de subida das taxas de juro, que encarece o acesso aos créditos.

Por outro lado, o endividamento das empresas privadas também evidenciava uma desaceleração, ainda que com alguma volatilidade, mas em outubro chegou mesmo a subir. “Em outubro de 2023, o endividamento das empresas privadas cresceu 0,3% comparativamente com outubro de 2022. Em setembro e agosto tinham-se registado variações praticamente nulas por comparação aos meses homólogos”, indica o BdP.

Em termos absolutos, o endividamento das empresas privadas subiu 1,1 mil milhões de euros: “2,1 mil milhões de euros perante o exterior, parcialmente compensados por uma redução de 1,0 mil milhões de euros junto do setor financeiro”.

O BdP dá ainda conta dos números para o total do setor não financeiro, que para além das empresas e particulares inclui também as Administrações Públicas. O endividamento do setor não financeiro diminuiu 8,7 mil milhões de euros, para 803,7 mil milhões de euros em outubro, sendo que “deste total, 447,0 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 356,7 mil milhões de euros ao setor público (Administrações Públicas e empresas públicas)”.

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