Apesar das “divergências”, Marcelo e Costa destacam boa relação institucional
Chefe de Estado e primeiro-ministro demissionário aproveitaram ainda para fazer um balanço dos últimos oito anos. Costa destacou que foram "muito exigentes" e com momentos "irrepetíveis".
Apesar das “divergências”, o primeiro-ministro demissionário e o Presidente da República fazem um balanço positivo dos oito anos de coabitação entre São Bento e Belém, com o Chefe de Estado a notar que foram anos “muitos intensos e fontes de várias lições”. António Costa aproveitou ainda para “tranquilizar” Marcelo sobre a relação institucional com o futuro elenco governativo que sairá das eleições, a 10 de março: “Seguramente vai habituar-se e vai correr bem”.
“Como sou irritantemente otimista, quero tranquilizá-lo relativamente ao futuro”, começou por referir António Costa na tradicional sessão de cumprimentos de Natal, no Palácio de Belém. “Sei que nunca experimentou presidir com outro primeiro-ministro”, mas “há uma coisa que lhe posso dizer: é que nos habituamos. Seguramente vai habituar-se e vai correr bem”, afiançou.
O primeiro-ministro demissionário aproveitou ainda para destacar a boa relação institucional entre os dois órgãos de soberania, apesar de sublinhar que isso não significa uma “coincidência permanente”, até porque “são de famílias políticas diversas”.
Também o Chefe de Estado realçou que “ao longo destes oito anos além de uma relação que era antiga, pessoal, foi sempre boa”, existiu também “uma relação institucional sempre boa”, mesmo quando havia divergências. E para isso, segundo Marcelo, contribuiu o objetivo de “compromisso”. “Acho que valeu a pena”, referiu, admitindo no entanto, que esperava que o Governo “ia durar” mais cerca de um ano. Por sua vez, Costa desejou a Marcelo que “o seu mandato continue a correr até ao fim da forma como tem corrido”.
Tanto Presidente da República como o primeiro-ministro demissionário aproveitaram ainda para fazer um balanço dos últimos oito anos. António Costa destacou que foram “muito exigentes” e com momentos “irrepetíveis“, dando o exemplo da eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU ou de o facto de a seleção portuguesa de futebol ter sido campeã europeia, e outros “difíceis“, como os incêndios em 2017. E diz-se “otimista no futuro” do país.
Já Marcelo Rebelo de Sousa realçou que foram “muito intensos, muito ricos e fontes de várias lições”, passando a ‘pente fino’ os acontecimentos mais marcantes em cada ano: desde a saída do défice excessivo, à “consolidação da banca”, passando pelos fogos florestais e pelo caso Tancos, até à pandemia e às guerras.
O primeiro-ministro aproveitou ainda para desejar um bom 2024 e 2025 a Marcelo e despediu-se com um recado enigmático: “Em 2026 cá nos reencontraremos”.
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