INE tenciona contratar 99 licenciados até 2026 para compensar falta de pessoal

O primeiro concurso para recrutar 45 especialistas já foi lançado e estará aberto até 17 de janeiro. O instituto alerta para "o contexto de exigência de recursos humanos" em número e em competências.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) tenciona recrutar fora da Administração Pública 99 técnicos superiores até 2026 para compensar a falta de recursos humanos, segundo o plano de atividades para 2024 aprovado a 15 de dezembro e divulgado esta quinta-feira.

“A atividade das Autoridades Estatísticas para 2024 é definida ainda num contexto de exigência de recursos humanos em número e em adequação de perfis e competências, face aos desafios que colocam os respetivos Planos de Atividade, em particular em matéria de inovação”, lê-se na deliberação do Conselho Superior de Estatística.

Perante a falta de pessoal, o Conselho salienta “autorização de contratação externa à Administração Pública de 99 técnicos superiores especialistas em Estatística pelo INE entre 2023 e 2026 (a iniciar concurso de 45 técnicos superiores ainda em 2023), perspetivam uma evolução positiva e a resolução de parte dos constrangimentos presentes.”.

O primeiro concurso para contratar 45 licenciados especialistas em Estatística já foi lançado na passada segunda-feira, dia 18. O procedimento concursal, exclusivamente online, acontece um mês depois de o gabinete de estatísticas ter sido forçado a adiar uma publicação sobre emprego devido “à escassez de recursos humanos”.

“Os postos de trabalho inserem-se em diferentes unidades orgânicas do INE, pelo que se pretendem candidatos provenientes de um diversificado leque de licenciaturas: Economia, Engenharia e Ciência de Dados, entre outras”, lê-se no comunicado divulgado esta semana.

As candidaturas estão abertas até 17 de janeiro de 2024 e são feitas exclusivamente online através da plataforma recrutamento.ine.pt.

No plano de atividades para 2024, o INE prevê gastar 46,7 milhões de euros com 96 trabalhadores distribuídos não só pelo instituto mas também por entidades com delegação de competências, Banco de Portugal, pelo serviço regional dos Açores e pela direção regional da Madeira.

Técnicos do INE têm aumento extra de 52 euros com retroativos a janeiro

De recordar que os técnicos superiores do INE, assim como os das Finanças, vão ter um aumento extraordinário, ainda este ano, de 52,64 euros brutos mensais com retroativos a 1 de janeiro de 2023, segundo o decreto-lei aprovado pelo Governo e publicado em Diário da República no mês passado.

“Face ao contexto de valorização das carreiras, o Governo reconhece como necessário que as valorizações remuneratórias efetuadas na carreira geral de técnico superior tenham idêntica tradução, ainda em 2023, neste conjunto de carreiras especiais”, lê-se no comunicado do Executivo. A mesma nota salienta que o diploma pretende criar “condições de maior atratividade para a fixação de talentos”.

O diploma vai permitir dar um salto extra na posição remuneratória em cada um dos 14 níveis existentes. Assim, o salário de entrada destes licenciados, que está nos 1.333,35 euros brutos mensais, vai subir 52,64 euros para 1.385,99 euros. Este aumento de cerca de 52 euros vai beneficiar os trabalhadores dos restantes patamares remuneratórios. Só na última posição, que está nos 3.775,83 euros, não haverá uma valorização salarial.

Como o decreto já foi publicado em Diário da República, estes funcionários públicos vão receber já este mês um cheque de 736,96 euros relativo aos retroativos de 14 meses de aumento, incluindo já o relativo aos subsídios de férias e de natal.

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