Inflação baixou para 4,3% em 2023 e recuou para 1,4% em dezembro, confirma INE
O Índice de Preços no Consumidor manteve-se abaixo da meta de 2% do BCE pelo segundo mês consecutivo, segundo os dados finais divulgados esta quinta-feira pelo INE.
A taxa de inflação abrandou para 1,4% em dezembro, de acordo com os dados finais divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que confirmam as estimativas reveladas no final de dezembro. No acumulado do ano, a inflação média situou-se em 4,3%, abaixo dos 7,8% registados em 2022.
“A diminuição da taxa de variação do índice de preços no consumidor entre 2022 e 2023 foi influenciada pelo comportamento dos produtos energéticos com uma variação média anual de -9,0% (23,7% no ano anterior) e pela desaceleração da inflação subjacente e dos produtos alimentares não transformados, que registaram variações médias anuais de, respetivamente, 5,0% e 9,5% (5,6% e 12,2% em 2022)”, justifica o INE.
A inflação mostrou uma tendência descendente ao longo do ano, com o índice de preços a registar uma taxa média de 6,1% no primeiro semestre, uma percentagem bastante superior à média de 2,6% na segunda metade do ano.
A ajudar a este comportamento esteve a descida dos preços da energia, no primeiro semestre, e a implementação do IVA zero nalguns bens alimentares, a partir de maio.
De acordo com os dados do INE, que confirmaram a estimativa rápida divulgada a 29 de dezembro, a variação do indicador de inflação subjacente, medido pelo índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, situou-se em 5% em 2023, abaixo dos 5,6% registados um ano antes.
“O agregado dos Produtos Energéticos, composto por produtos que têm um peso significativo nas classes da Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (classe 4, onde se inclui a eletricidade, gás e combustíveis para aquecimento) e dos Transportes (classe 7, que integra os combustíveis para veículos), passou de uma taxa de variação média de 23,7% em 2022 para -9,0% em 2023”, acrescenta o INE, justificando esta forte descida com o grande aumento de preços dos combustíveis em 2022, conjugado com a redução de preços registada essencialmente na primeira metade de 2023.
O IVA zero teve um impacto significativo na evolução dos produtos alimentares não transformados, que em 2022 tinham registado uma variação anual de 12,2%, um aumento que, em 2023, baixou para 9,5%. Segundo mostra o INE, as variações médias em 2023 foram de 14,7% no primeiro semestre e 4,8% no segundo, “resultado de uma trajetória de diminuição progressiva das taxas homólogas a partir de maio (quando a maioria dos produtos considerados neste agregado passou a estar isenta de IVA)”.
Em dezembro, o índice de preços no consumidor fechou nos 1,4%, voltando a ficar abaixo dos 2% definidos pelo Banco Central Europeu, à semelhança do que já tinha acontecido em novembro. Segundo o INE, de acordo com a informação disponível relativamente a dezembro de 2023, e tendo como referência a estimativa do Eurostat, a taxa de variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor português foi inferior em um ponto percentual à da área do Euro.
O índice harmonizado de preços no consumidor, utilizado na comparação com os vários países da União Europeia, uma vez que inclui a despesa realizada pelos não residentes, registou uma variação homóloga de 1,9%, menos 0,3 pontos percentuais que o valor registado um mês antes.
Notícia atualizada às 11:40
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