CEO da Sonae defende que modelo tradicional de financiamento de ensino já não funciona
Cláudia Azevedo defende que universidades devem readaptar-se para dar resposta à necessidade de requalificação de competências ao longo da vida.
As rápidas transformações no mercado laboral obrigam a uma requalificação constante de competências. Um processo que, na opinião de Cláudia Azevedo, deve incluir tanto entidades públicas, como privadas. Para a CEO da Sonae, o “modelo tradicional de subsidiar ensino já não funciona”, é preciso garantir que as pessoas têm acesso a formação ao longo da sua vida.
“A requalificação tem de ser algo que se faz ao longo da vida”, realça Cláudia Azevedo, que participa na The Race to Reskill, do Fórum Mundial de Davos. “O modelo tradicional que temos de educação subsidiada e de universidades tem de mudar, porque tiro um curso aos 20 anos e se me quiser requalificar aos 30, 40 ou 50 anos, ou se precisar porque mudo de trabalho, não há financiamento público como quando eu tinha 18″, explicou a empresária.
Para Cláudia Azevedo, face às rápidas mudanças no mercado laboral, as qualificações têm de mudar ao longo da vida, pelo que o modelo tradicional de ensino tem de se ajustar a esta nova realidade.
Enquanto entidade privada, Cláudia Azevedo adiantou que a Sonae promove a requalificação de competências dos seus funcionários e aposta “muito na formação”, promovendo a aprendizagem dos seus colaboradores.
A empresária destacou ainda a importância do programa de requalificação europeu Reskilling 4 Employment, que tem como meta a requalificação de um milhão de europeus até 2025 e cinco milhões até 2030, e o programa nacional PRO_MOV, os quais a Sonae integra.
Quatro anos após o arranque destes programas, a empresária realça que “o que achamos nestes três anos — o primeiro ano foi para pôr o programa a andar — é que fazê-lo da forma tradicional não teria os mesmos resultados”. Estes programas promovem um modelo “one to one”, focado na própria pessoa. “Se fizer uma formação pode não conseguir os resultados”, acrescenta.
Governo chamado a financiar transição verde
Com as empresas confrontadas com vários desafios, desde a transformação digital, até à transição energética, a dona da Sonae, que detém os supermercados Continente, destaca que é preciso chamar os governos para apoiar as empresas nesta transição “verde”.
“Tenho dúvidas em relação às ambições verdes na Europa”, notou Cláudia Azevedo, argumentando que “tem de haver fundos públicos para isso”. “Há um enorme gap de financiamento e os governos vão ter de ter um papel” nesta transição verde.
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